O quinto episódio do PAPO COOP traz para o palco Kely Freitas, consultora e especialista em gestão empresarial e gestão de cooperativas. Para falar as mudanças do mercado financeiro, ela reflete sobre o tema ‘OS DESAFIOS DO COOP DE CRÉDITO DIANTE DA AGENDA BC’.
O cooperativismo de crédito mudou muito nos últimos anos. Antes uma fonte de busca por crédito, nos dias de hoje – como Kely começa a apontar – as cooperativas tem à disposição do cliente um completo portfólio de produtos, cada qual adequados à realidade de cada cooperado.
“As cooperativas de crédito transformam as comunidades onde estão presentes”
Com mais produtos, tais cooperativas têm aumentado seu poder de ação. Assim, cada vez mais elas são parte essencial da sociedade, transformando profundamente (e de forma duradoura) as comunidades onde estão presentes, levando desenvolvimento, emprego e muitos outros benefícios.
“Como as cooperativas podem cumprir os desafios propostos pelo Banco Central?”
Criada pelo órgão máximo da economia brasileira, o Banco Central tem uma extensa lista de objetivos a serem cumpridos até 2022. Dentre os itens da lista, encontra-se o desejo pelo aumento de crédito tomado pelos cooperados, dentro do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC).
Além disso, o BC ainda busca que as cooperativas aumentem o seu alcance no sistema de crédito nacional, chegando a 22% de participação no sistema como um todo; assim como o aumento de participação dos cooperados de faixas de renda mais baixas e ainda, uma expansão de cooperativas nas regiões Norte e Nordeste.
“Para alcançar os objetivos, é preciso pensar a nossa comunicação. Quanto mais as pessoas conhecerem o cooperativismo, mais pessoas estarão à porta”
Citado por muitos como um dos maiores desafios das cooperativas, a comunicação deve ser um elemento chave para que o cooperativismo de crédito (e o movimento como um todo) consiga o crescimento desejado. Desconhecido por muitos, o modelo cooperativo deve ser disseminado, e levado para regiões remotas.
A maior arma que temos é a comunicação, e uma comunicação cooperativa é a chave para mostrar que o modelo cooperativo é diferente dos demais. Mais humano e preocupado com as necessidades do cooperado. Essa é a missão principal: comunicar o que fazemos, como fazemos e como podemos ajudar essas pessoas.
É preciso falar mais sobre cooperativismo. É preciso mostrar o movimento na prática, como ele faz a diferença nas comunidades. Além disso, não devemos esquecer de mostrar o que alcançamos, e o que podemos alcançar. Sempre com foco no que nos guia: as pessoas.
“Com comunicação, o senso de pertencimento será mais forte”
Na missão de mostrar o alcance do cooperativismo de crédito, é preciso comunicar mais o que é o cooperativismo. Mostrar os seus valores, seu trabalho e benefícios. Neste caminho, é importante evidenciar os diferenciais do setor, mostrando o seu lado humano mesmo numa era digital. Mostrar como o modelo pautado nas relações traz não só benefícios para o cooperado como indivíduo, mas também para todos que estão inseridos em seu ecossistema.
Com comunicação, conseguiremos melhorar nosso trabalho, alcançando mais pessoas a cada dia. Tal processo de reestruturação de comunicação deve acontecer não só em relação ao potencial cooperado, mas também junto aos que já fazem parte do movimento. Desta forma, podemos melhorar não só os processos externos, mas também os internos.
“O diferencial do cooperativismo está na ponte entre o NÃO, e a conquista do SIM”
Outro tópico que o movimento precisa trabalhar é a formação. Em um país onde 70% das famílias estão endividadas, se faz necessário criar esforços para que essa população entenda os benefícios do crédito, mas também que saibam como utilizá-lo de forma sustentável e responsável.
Tal missão se faz apenas com educação financeira, entendendo a realidade de cada um e mostrando que é possível entender o misterioso mundo das finanças. A concessão de crédito para famílias de baixa renda – um dos desafios propostos pelo Banco Central – só será possível com um esforço coletivo em busca de uma população economicamente educada.
As cooperativas devem apoiar as pessoas na busca pela educação e formação financeira. Mostrando na prática que é possível se organizar e conquistar os seus sonhos. Para isso, é preciso reconhecer que uma grande geração cresceu sem esse apoio, criando oportunidades para que esse cooperado tenha a educação necessária para que, futuramente, tome crédito e ajude no desenvolvimento da cooperativa.
“Existe um mar de oportunidades para o que as cooperativas de crédito podem fazer”
Na missão do cooperativismo de crédito, se faz necessária uma análise constante de oportunidades. Estudos mostram que a cada R$35 mil reais concedidos em crédito, um novo emprego é gerado. Tal número mostra o potencial de transformação que as cooperativas possuem nas comunidades, sendo agentes efetivos de mudanças sociais e físicas.
É preciso olhar para como a cooperativa ajuda a comunidade, para assim desenvolver novas ações para essas regiões. Identificar o que preciso ser feito, e criar soluções para que essas dificuldades sejam sanadas.
“Quatro pilares nos ajudarão a alcançar os objetivos propostos pelo Banco Central”
Com tantas barreiras a serem quebradas – intensificadas por uma economia instável e uma crise sanitária mundial – o cooperativismo de crédito tem uma longa trajetória a cumprir. Mas como Freitas destacou, quatro pilares são os condutores nesta missão, e ficam para refletirmos e pensarmos a respeito:
Comunicação. Da porta para fora, de forma a alcançar o potencial cooperado. Mostrando o que o cooperativismo é, e como ele pode fazer a diferença.
Transformação digital e física. As agências físicas como fomentadoras do desenvolvimento local, oferecendo desenvolvimento para as comunidades e apoiando os pequenos negócios. Transformação digital, olhando para os processos e como usá-los para melhorar o atendimento e ganhar escala rapidamente.
Formação cooperativa. A disseminação da cultura cooperativista, mostrando como todos podem ganhar, através de um trabalho justo e com oportunidades para todos.
E por fim, a Educação Financeira. Trabalhar temas como empreendedorismo e finanças, de forma a criar condições para que as pessoas possam conquistar seu crédito, e assim, ajudar no seu desenvolvimento, e no desenvolvimento da economia local.
Só com esses quatro elementos, o cooperativismo de crédito conseguirá não só cumprir os objetivos propostos pelo Banco Central, mas também o seu propósito de existência: ajudar pessoas.
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Fonte: mundocoop.com.br