Aumento de 1,5 ponto percentual é a sétima alta seguida da Selic. Juros maiores encarecem o crédito, freiam a economia e instituem de volta antiga regra de remuneração da poupança.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (8) a taxa Selic de 7,75% ao ano para 9,25% ao ano – alta de 1,5 ponto percentual. A decisão foi unânime.
Com o sétimo aumento consecutivo, a taxa Selic atinge o maior patamar em pouco mais de quatro anos – em julho de 2017, estava em 10,25% ao ano.
A previsão dos analistas do mercado financeiro é que a taxa continue subindo nos próximos meses. De acordo com o relatório “Focus”, pesquisa com mais de 100 instituições financeiras divulgada na segunda-feira (6) pelo BC, a Selic deve chegar a 11,25% ao ano no fim de 2022.
Em nota à imprensa, o Copom avaliou que a inflação ao consumidor “continua elevada” e que a atividade econômica brasileira tem “evolução moderadamente abaixo da esperada”.
Para o comitê, há questionamentos em relação ao respeito às regras fiscais do país, o que contribui para elevar a inflação acima do projetado e leva o Banco Central a responder com aumento dos juros básicos da economia. “É apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista”, pondera o comitê em nota.
Ainda, o Copom afirmou que antevê outro reajuste de 1,5 ponto percentual na próxima reunião, marcada para os dias 1º e 2 de fevereiro do ano que vem.
“O comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, afirma em nota.
Por fim, o comitê avalia que existe a “possibilidade” de uma nova onda da pandemia durante o inverno no hemisfério norte, e que o aparecimento da variante ômicron “adiciona incerteza” quanto à recuperação das economias desenvolvidas.
Fonte: G1