O Banco Central mudou as regras do open finance, sistema digital e aberto que compartilha dados entre empresas do setor financeiro. A nova lei na prática permite que correspondentes bancários digitais atuem como marketplaces de crédito. O intuito é facilitar, para o cliente, a visualização das melhores propostas em uma mesma plataforma online.
Será algo parecido com procurar um produto para comprar em um site com diferentes lojas online, mas em vez de um celular ou sapato, você buscará pela melhor proposta de crédito. O objetivo da resolução BCB 206 é estimular uma oferta de crédito mais ágil e adequada para o público. Além disso, é esperada uma evolução no sistema open finance para trazer uma uma melhor experiência de uso.
Nesta primeira fase, o empréstimo pessoal será sem consignação e sem garantia, mas seria ampliado ao longo do tempo para incorporar novos produtos. Enquanto isso, as financeiras deverão fornecer interfaces dedicadas para comunicação (APIs) com seus demais concorrentes nacionais, para viabilizar o serviço.
Segundo o BC, a mudança prevê princípios da operação de crédito para o open finance, como:
- Proposta de crédito mais eficaz e personalizada;
- Capacidade de rastrear o fluxo de pedidos e recebimento das propostas de crédito;
- Transparência nos pedidos e na contratação do crédito;
- Mais facilidade para comparar propostas de crédito.
Open banking rural ganha plataforma
Ainda no tema open banking, as financeiras que operam o crédito rural poderão compartilhar informação entre si no sistema aberto a partir de 2 de maio, segundo resolução do Banco Central desta terça (22). O Sicor, sistema do BC que registra as operações de crédito rural, será a plataforma usada nas operações.
Alguns dos tipos de dados a serem trocados entre as empresas são serviços, taxas disponíveis, horários, canais de atendimento, dados cadastrais dos clientes e de produtos associados às operações de crédito rural. O cliente terá que autorizar o compartilhamento dessas informações.
O objetivo é ampliar a concorrência para que os produtores rurais tenham acesso a crédito com juros mais baixos e melhores condições de pagamento. Também espera-se aumento da oferta de serviços, redução da desigualdade de informações no crédito rural e mais transparência nas propostas de crédito.
As informações poderão ser acessadas por bancos, cooperativas de crédito, fornecedores de funding (empresas que captam recursos financeiros), mercado de capitais (empresas que atuam no mercado de ações e derivativos), agências de classificação de risco, empresas de auditoria e certificadoras.
Fonte: Canaltech e mundocoop.com.br