Segundo o BC, no final de 2022 as cooperativas de crédito estavam em 55,3% dos municípios brasileiros
A carteira de crédito das cooperativas cresceu 22,4% em 2022, segundo relatório publicado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira, e somou R$ 383 bilhões. A taxa de crescimento foi superior à do sistema financeiro como um todo, que teve expansão de 14% no mesmo período.
“O crédito rural a pessoas físicas e o capital de giro para micro, pequenas e médias empresas continuam sendo as principais modalidades das carteiras PF (44,4%) e PJ (50,1%) [de cooperativas]”, destacou o documento.
As cooperativas de crédito se destacaram por mais um ano e cresceram mais do que o restante do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em 2022. É o que mostra o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). Publicado anualmente, o Panorama traz uma análise da evolução do segmento nos últimos anos, com ênfase em 2022.
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Segundo o BC, no final de 2022 as cooperativas de crédito estavam em 55,3% dos municípios brasileiros, com pelo menos uma unidade de atendimento. “O número de cooperados (ao mesmo tempo donos e clientes das cooperativas de crédito) chegou a 15,6 milhões entre pessoas físicas e jurídicas”, ressaltou a autoridade monetária.
O total de ativos do sistema cooperativo alcançou R$ 590 bilhões no ano passado, o que representa crescimento de 28,6% em relação a 2021. “Isso demonstra a importância do segmento para o desenvolvimento da atividade econômica, principalmente no interior do país, onde o setor possui atuação marcante. As captações, fundamentais como funding para suportar o aumento do crédito, também cresceram em ritmo superior ao do restante do SFN, alcançando R$ 466 bilhões”, frisou o BC.
“Apesar do crescimento da inadimplência, da mesma forma do ocorrido no SFN como um todo, o nível de provisões para operações de crédito demonstra ser suficiente para suportar as perdas esperadas na carteira. Os resultados foram positivos, impulsionados pelo ganho de escala, sendo parte desses resultados destinada aos cooperados e uma parcela representativa destinada à formação de reservas, importante instrumento para a sua sustentabilidade econômico-financeira. Com isso, os índices de capital agregados das cooperativas de crédito continuaram confortáveis em relação aos limites regulamentares”, complementou.
O BC afirmou que o cooperativismo de crédito “se encontra apto para ampliar sua participação no cenário” do sistema financeiro nacional, “contribuindo cada vez mais para o aprimoramento da concorrência e eficiência”.
“É também um elemento essencial na promoção da inclusão financeira de parcela significativa da população brasileira, notadamente nas áreas mais remotas, e para as empresas de menor porte, atendendo às necessidades creditícias dos seus cooperados pessoas físicas e jurídicas”, disse.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico