Aprimoramento na Governança das Instituições Financeiras Cooperativas, por Neilson Oliveira

No cenário digital do mercado financeiro atual, a tomada de decisões ágeis e precisas, aliada a um profundo entendimento das tendências em constante evolução, é crucial para equilibrar os interesses dos acionistas com as demandas do mercado e suas ramificações na sociedade contemporânea.

Como um dos pilares da agenda ESG, a Governança tem se destacado como um tema essencial na busca pela perenidade e sustentabilidade das organizações.

O crescimento acelerado e a crescente complexidade das operações nas Instituições Financeiras Cooperativas têm aumentado o risco dos negócios, tornando vital uma reflexão profunda e um aprimoramento na governança dessas instituições.

Nos últimos anos, a regulamentação das instituições financeiras cooperativas tem evoluído significativamente, destacando a necessidade de uma governança mais profissionalizada.

Um dos principais desafios foi a separação dos membros do Conselho de Administração da Diretoria Executiva. Agora, os membros da Diretoria Executiva não podem acumular funções de conselheiros, especialmente considerando que esta diretoria está subordinada e fiscalizada pelo Conselho de Administração. Além disso, os membros da Diretoria Executiva devem possuir um profundo conhecimento técnico e dedicar-se profissionalmente para implementar as políticas e estratégias definidas pelo Conselho de Administração, idealmente sendo profissionais contratados do mercado.

Recentemente, o Banco Central do Brasil flexibilizou a possibilidade de as instituições financeiras cooperativas contratarem membros independentes para seus Conselhos de Administração. Esses conselheiros independentes não precisam ser cooperados da instituição. No entanto, é importante que a maioria dos membros do Conselho de Administração seja composta por cooperados, preservando assim o quarto princípio do cooperativismo: a autonomia e independência dos cooperados.

Merece destaque que essa prática, comum no mundo corporativo, busca trazer profissionais externos para os Conselhos de Administração, oferecendo uma perspectiva diferenciada e de mercado, sem vínculos diretos com os acionistas ou com a rotina da empresa.

Essa abertura também representa uma oportunidade para contratar profissionais do mercado com experiência e compreensão das novas gerações, especialmente as gerações Y, Z e Alpha. O cooperativismo financeiro precisa se comunicar e se alinhar melhor com essas novas gerações, compreendendo seus anseios, para atraí-los e retêlos como cooperados e futuros líderes do cooperativismo financeiro.

Portanto, a contratação de conselheiros independentes representa uma oportunidade para aprofundar a profissionalização e garantir a perenidade do cooperativismo financeiro, mesmo diante de possíveis resistências à mudança e à evolução da governança cooperativa.

Neilson Oliveira é Consultor e Fundador, Eagle Consultants HUB. Com 30 anos de experiência no Sistema Financeiro Nacional, atuou como Executivo e Conselheiro em entidades-chave do Cooperativismo Financeiro Brasileiro.
www.linkedin.com/in/neilsonsoliveira

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