Cautela é a mãe da segurança: se cair em golpes financeiros saiba o que fazer, por Diogo Angioleti

 De acordo com relatório da Kaspersky, no Brasil, os golpes financeiros tiveram um crescimento de 32%, o que leva o país a liderar a lista de crimes cibernéticos na América Latina. As fraudes mais comuns incluem o “golpe do 0800”, onde criminosos se passam por funcionários de bancos para obter dados financeiros das vítimas, e aqueles envolvendo o Pix. Este último representa 70% das fraudes bancárias no país.

Atualmente, a tecnologia é fundamental para proteger a população que está cada vez mais vulnerável em relação aos crimes cibernéticos. O usuário final, na maioria das vezes, é o primeiro ou o alvo principal de um ataque e, dependendo das informações coletadas pelos criminosos, nem as mais sofisticadas tecnologias são capazes de detectar.

Frequentemente, os criminosos aproveitam determinados padrões de comportamento para aplicar golpes. Segundo a pesquisa Radar Febraban 2024, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), clonagem ou troca de cartão são os mais comuns com 44%, seguido por central falsa, citado por 32% dos entrevistados, e pedido de dinheiro por suposto conhecido por meio de WhatsApp, onde 31% disseram já terem sido vítimas.

Para quem não deseja passar por uma situação como essa é necessário prestar atenção para três pontos importantes. O primeiro é em relação a urgência excessiva. Sempre desconfie de qualquer pressão para agir rapidamente. Como segunda dica, confiança automática. Em todos os momentos é importante questionar a autenticidade de qualquer comunicação inesperada. E por último, mas não menos importante, seguir ordens de desconhecidos. Nunca forneça dados pessoais ou financeiros sem confirmar a veracidade da solicitação.

E se eu for vítima de um golpe financeiro?

É fundamental agir rapidamente para minimizar os danos e aumentar as chances de recuperar o que foi perdido. Aqui estão alguns passos do que fazer:

1. Interrompa imediatamente o contato com o golpista: assim que perceber que caiu em um golpe, interrompa qualquer comunicação com o fraudador. Se possível, bloqueie o contato em todas as plataformas, sejam aplicativos de comunicação ou redes socais.

2. Notifique a sua instituição financeira (cooperativa de crédito, banco ou fintech): entre em contato o mais rápido possível. Solicite o bloqueio de transações suspeitas e verifique se é possível reverter pagamentos ou transferências.

3. Registre um Boletim de Ocorrência (BO): vá até uma delegacia de polícia ou registre um boletim de ocorrência online, disponível em alguns estados, detalhando o golpe.

4. Relate ao Procon e Consumidor.gov.br: se o golpe envolveu uma empresa ou prestação de serviço, registre uma reclamação no Procon do seu estado ou na plataforma Consumidor.gov.br. Isso pode ajudar a pressionar a empresa a resolver o problema ou alertar outros consumidores.

5. Reporte à Delegacia de Crimes Cibernéticos: se o golpe ocorreu pela internet, é importante reportar à Delegacia de Crimes Cibernéticos, além do BO. Cada estado brasileiro possui uma delegacia especializada nesse tipo de crime.

6. Monitore suas contas: fique atento a qualquer atividade suspeita nas suas contas bancárias e cartões de crédito. Ative alertas de transações e considere alterar suas senhas.

7. Busque apoio Jurídico: dependendo da complexidade e do valor envolvido, pode ser útil buscar ajuda de um advogado para explorar possíveis ações legais.

Investir em educação financeira e questionar informações é fundamental. Fique atento e confie na sua intuição. Se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é um golpe. “Prevenir é melhor que remediar.” Não deixe que a pressa ou a confiança excessiva o levem a cair em armadilhas. Mantenha a calma, verifique as informações e sempre questione. Como disse Benjamin Franklin, “A desconfiança e a cautela são pais da segurança.” Cuide-se e proteja seu futuro financeiro com prudência.


Por Diogo Angioleti, gerente de gente e gestão do Sistema Ailos

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