Cooperativas de crédito movimentam economia de Minas e se tornam alternativa para pequenos negócios

Modalidade está presente em 80% do território mineiro, sendo a única instituição financeira em 78 municípios

Responsáveis por movimentar R$ 71 bilhões em Minas, em 2023, as cooperativas de crédito registraram um crescimento de 75,7% nos últimos cinco anos, conforme o Anuário do Cooperativismo Mineiro 2024, elaborado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Sistema Ocemg). A modalidade está presente em 80% do território mineiro, sendo a única instituição financeira em 78 municípios.

A consolidação no Brasil faz com que as cooperativas sigam caminho contrário ao do modelo bancário convencional. Conforme dados do Banco Central (BC), o balanço de instituições chegou a 9.830 unidades de atendimento, em dezembro de 2023, distribuídas em 3.515 municípios do país, o que representa 57% do total. O número é maior que o total de cidades com agências bancárias (3.094).

Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg, avalia a importância das cooperativas de crédito para o desenvolvimento econômico de Minas. “São fundamentais, pois além de garantirem o acesso ao crédito, ainda fomentam o empreendedorismo e impulsionam o crescimento sustentável dos municípios. Isso significa que, ao optar por uma cooperativa, o cooperado não apenas obtém melhores condições financeiras, mas também contribui para o desenvolvimento de sua região, criando um ciclo virtuoso de crescimento sustentável.”

Scucato também destaca um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que revela que municípios com forte atuação cooperativista apresentam um PIB per capita 10% maior, além de 15,1% mais empregos formais e uma renda per capita 23,5% superior à média nacional. “Esses números demonstram que o cooperativismo também contribui para a redução das desigualdades sociais e amplia oportunidades.”

Apoio aos micro e pequenos empreendedores

Um dos grandes alvos das cooperativas de crédito são os micro e pequenos empreendedores (MPEs), que muitas vezes enfrentam barreiras para obter crédito nos bancos tradicionais. Para Scucato, o diferencial do atendimento das cooperativas aos MPEs é a oferta de condições mais acessíveis, taxas mais justas e serviço personalizado, que se transformam em recursos para as empresas investirem, crescerem e gerarem empregos.

“Quando uma pessoa ou empresa chega a uma cooperativa em busca de crédito, o gerente não está pensando em bater metas de venda ou em fechar o negócio somente. Ele quer entender a necessidade daquela pessoa ou empresa, saber se ela está solicitando o valor correto, qual será a melhor forma de quitar as parcelas, sem ficar apertado no fim do mês, e se ela fez um planejamento adequado para a utilização do recurso,” enfatiza o presidente.

Os números do cooperativismo

Conforme o último Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) do Banco Central, de 2023, as cooperativas de crédito têm crescido a um ritmo superior ao do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Em dados mais atualizados, o total de cooperados chegou a 19,1 milhões. Desses, 3 milhões são pessoas jurídicas e 16,1 milhões são pessoas físicas.

Veja os impactos do cooperativismo de crédito no desenvolvimento econômico e social do Brasil, segundo a Fipe/2024:

R$ 3,9 mil, em termos de PIB por habitante – 10% acima da média nacional
25,3 empregos formais por mil habitantes – 15,1% acima da média
R$ 115,5 na massa salarial por habitante – 23,5% acima da média
3,2 estabelecimentos por mil habitantes – 15,6% acima da média
US$ 544,4 por habitante, em exportações – 44,4% acima da média
12,3 famílias pobres ou extremamente pobres no Cadastro Único (por mil habitantes) – 8,1% abaixo da média
3,2 matrículas por mil habitantes no Ensino Superior – 24,2% acima da média


Fonte: otempo.com.br

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