Incentivos fiscais reforçam a importância da previdência como estratégia de planejamento financeiro. Cooperativas podem ser aliadas fundamentais na orientação dos cooperados.
Por mais que o Imposto de Renda pareça um problema anual, ele também pode ser uma excelente ferramenta para quem quer investir com inteligência no futuro e pagar menos no presente. Uma das formas mais acessíveis e eficazes de fazer isso é por meio da previdência privada. Pouca gente sabe, mas é possível abater até 12% da renda bruta tributável no IR com contribuições. Essa vantagem fiscal pode representar uma economia real de milhares de reais por ano.
Mas então por que tanta gente continua adiando? A resposta não está nos números e sim na nossa cabeça.
Segundo a economia comportamental, nosso cérebro não foi programado para lidar com o futuro. Valorizamos recompensas imediatas, mesmo que pequenas, em detrimento de ganhos maiores no longo prazo. Esse fenômeno é conhecido como desconto hiperbólico. Ele está por trás da procrastinação, da impulsividade e do hábito de deixar para depois o que a gente sabe que deveria fazer agora.
“É como se houvesse um conflito constante entre o ‘eu do presente’ e o ‘eu do futuro’. A previdência, por ser uma decisão de longo prazo, é sabotada pelo nosso impulso de priorizar o agora”, explica Valter Macena, especialista de investimentos da Quanta Previdência.
Se colocarmos na prática, fica ainda mais simples. Por exemplo, se você ganha R$ 100 mil por ano e contribui apenas R$ 6 mil para sua previdência, ainda tem espaço para deduzir outros R$ 6 mil do IR. Se fizer esse aporte extra, reduz a base tributável para R$ 88 mil. Considerando uma alíquota de 27,5%, isso representa uma economia de R$ 1.650,00, dinheiro que poderia ir direto para o seu futuro, mas acaba indo para o governo se você deixar passar.
“É um caso clássico de perda silenciosa. A pessoa tem tudo para fazer a escolha mais inteligente, mas não age. No fim, paga mais imposto e acumula menos patrimônio”, diz Valter.
Outro fator psicológico que pesa é a ilusão de que ainda temos tempo. A ideia de que “ano que vem eu começo”, ou “quando sobrar eu aplico”, reforça a paralisia. Acontece que a construção de uma boa previdência depende de constância, não de grandes aportes. E quanto antes se começa, menor o esforço exigido, graças aos juros compostos.
Nesse caso os juros compostos trabalham a favor de quem começa cedo. Com o tempo, o valor acumulado passa a crescer não apenas pelos aportes mensais, mas pelos rendimentos sobre os rendimentos anteriores, criando um efeito de bola de neve. Assim, quem começa jovem pode investir valores menores e, ainda assim, alcançar resultados significativos no futuro. O tempo suaviza o esforço e potencializa os ganhos. Quanto mais tarde se começa, maior precisa ser o aporte para tentar alcançar o mesmo resultado.
“É como adiar uma consulta médica porque você ainda não está doente. Mas quando os sinais aparecem, pode ser tarde para agir com leveza. A previdência funciona da mesma forma: ela exige antecipação”, afirma Valter.
Reprogramar o comportamento: a nova inteligência financeira
Superar esse bloqueio é mais fácil quando você entende que previdência não é sobre “velhice”, mas sim sobre autonomia e liberdade de escolha. E que o benefício fiscal é uma alavanca emocional: ao perceber o ganho imediato na restituição do IR ou na redução do imposto a pagar, o cérebro encontra uma recompensa concreta no presente. Isso ajuda a manter o hábito e criar um ciclo virtuoso.
“A previdência com dedução fiscal é uma das raras decisões financeiras que geram retorno duplo: menos imposto agora e mais tranquilidade lá na frente. Usar isso de forma estratégica é um ato de inteligência emocional, não só financeira”, reforça o especialista da Quanta.
O que muitas pessoas não percebem é que esse benefício fiscal funciona como um incentivo do próprio governo para que cada um cuide do próprio futuro. É como se o Estado dissesse: “se você se planejar, eu ajudo agora”. Mas, por desconhecimento ou inércia, muitos deixam esse dinheiro na mesa. Ao aproveitar a dedução fiscal, você transforma uma obrigação — o imposto de renda — em oportunidade de investimento. É uma forma de fazer o sistema jogar a seu favor, sem precisar aumentar o esforço financeiro, apenas redirecionando o que já sairia do seu bolso de qualquer forma.
Nesse processo, as cooperativas exercem um papel essencial ao orientar seus cooperados e oferecer soluções adequadas à sua realidade. Por meio de planos como o Cooprev, Precaver e o Prevcoop, oferecidos pela Quanta Previdência, é possível acessar alternativas seguras, com benefícios fiscais e alinhadas aos princípios do cooperativismo. Assim, além de planejar o futuro, o cooperado fortalece sua relação com a cooperativa e faz o dinheiro trabalhar a seu favor desde agora.
Em um cenário de incerteza sobre a previdência pública e alta carga tributária, não agir é uma escolha, e uma escolha cara. Se você já declara no modelo completo e tem renda tributável, ainda dá tempo de agir. Pode ser o primeiro passo para romper com padrões de autossabotagem e construir, de fato, sua liberdade financeira.