No primeiro trimestre de 2025, a inadimplência entre produtores rurais pessoa física no Brasil alcançou 7,9%, conforme levantamento divulgado pela Serasa Experian. O dado representa uma alta de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024 e crescimento de 0,3 ponto sobre o último trimestre do ano passado.
O levantamento foi publicado pela Forbes Agro e indica um cenário de alerta no campo, com reflexos diretos sobre a sustentabilidade financeira de produtores e instituições de crédito.
Resiliência diante dos desafios
Apesar da alta, Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, vê o resultado com otimismo, destacando a resiliência do setor agropecuário:
“De certa forma, podemos ver esse fato com bons olhos, pois ele comprova a resiliência de toda a cadeia agro, que mesmo com desafios de custos e de perdas de receita segue, em sua maioria, honrando compromissos financeiros…”
Perfil dos produtores mais inadimplentes
- Grandes proprietários rurais: 10,7%
- Arrendatários: 9,5%
- Médios proprietários: 7,8%
- Pequenos proprietários: 7,2%
O maior índice entre os grandes produtores evidencia sua maior exposição a financiamentos e oscilações do mercado.
Panorama regional: Sul tem os menores índices
Os estados do Sul apresentaram os melhores resultados em inadimplência rural:
- Rio Grande do Sul: 4,8%
- Paraná: 5,7%
- Santa Catarina: 6%
Segundo a Forbes, fatores como renegociação de dívidas, uso mais amplo do seguro rural e acesso facilitado a crédito explicam a melhor performance dessas regiões. Já o Amapá lidera o ranking de inadimplência, com 21,2%.
Implicações para o cooperativismo financeiro
Para cooperativas de crédito, o cenário acende um sinal de atenção. A importância de políticas robustas de gestão de risco, análise de crédito criteriosa e acompanhamento dos cooperados é cada vez maior, especialmente para manter a sustentabilidade do crédito rural.
O fortalecimento de estratégias colaborativas, educação financeira no campo e inovação em seguros rurais também se tornam aliados importantes na mitigação dos riscos.
Fonte: reportagem da Forbes Agro, com dados da Serasa Experian.