Números do AnuárioCoop 2025 impressionam
- 4.384 cooperativas ativas em todos os estados e mais de 3.586 municípios
- 25,8 milhões de cooperados — crescimento de 66% desde 2019
- Representa 12,14% da população brasileira e 23,32% da população economicamente ativa
- 578 mil empregos diretos gerados
- R$ 757,9 bilhões em ingressos
- R$ 1,39 trilhão em ativos totais
- R$ 51,4 bilhões em sobras distribuídas — crescimento de 32% em relação a 2023
- R$ 41,5 bilhões pagos em salários e encargos — aumento de 30,9%
Esses dados colocam o cooperativismo como uma das maiores forças econômicas e sociais do país. Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, trata-se de um modelo “centrado em pessoas, movido por valores e guiado pela cooperação”:
“São pessoas que querem consumir, produzir e viver de forma mais justa e sustentável. Em um ano tão importante para o movimento global, o Brasil mostra que está na vanguarda dessa transformação.”
Expansão, diversidade e impacto territorial
O avanço do cooperativismo brasileiro vai além dos números e revela uma transformação estrutural e social. O ano de 2025 marca simbolicamente esse momento, tendo sido declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional das Cooperativas, o que evidencia o reconhecimento global do modelo cooperativista como instrumento para um futuro mais justo e sustentável.
A diversificação geográfica e setorial do cooperativismo também merece destaque:
- Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo lideram em número absoluto de cooperados
- Mato Grosso e Roraima se destacam proporcionalmente entre cooperados e população
- No ramo agropecuário, as cooperativas respondem por 53% da produção nacional de grãos e fibras
- No ramo crédito, são a única instituição financeira com atendimento presencial em 469 municípios brasileiros
“O aumento no número de cooperados que vemos agora é fruto de um trabalho de base, de fortalecimento institucional e de um modelo que entrega resultados concretos para as pessoas, sem perder nossa essência.”
— Guilherme Costa, gerente de Inteligência e Inovação do Sistema OCB
Ramo Crédito: o motor da inclusão financeira
O ramo crédito, que representa uma parte estratégica do cooperativismo nacional, encerrou 2024 com resultados robustos e crescente protagonismo dentro do Sistema Financeiro Nacional.
Indicadores gerais
- 689 cooperativas de crédito
- 20,1 milhões de cooperados (aumento de 12,1% em relação a 2023)
- 121.825 empregos diretos
- R$ 165,4 bilhões em ingressos no exercício
- R$ 989,4 bilhões em ativos
- R$ 15,1 bilhões em sobras distribuídas
- R$ 454,6 bilhões em operações de crédito
- R$ 514,7 bilhões em depósitos totais
- R$ 116,6 bilhões em patrimônio líquido
Presença nacional
- Mais de 10 mil pontos de atendimento em todo o país
- 58% do território nacional com cobertura física
- 469 municípios onde a cooperativa de crédito é a única instituição financeira presente
Enquanto outras instituições financeiras deixaram mais de 150 municípios em 2024, as cooperativas avançaram sobre esses espaços, ampliando o acesso da população a soluções financeiras.
Inclusão, proximidade e impacto social
O papel social das cooperativas de crédito vai muito além do fornecimento de produtos financeiros. Elas promovem:
- Educação financeira
- Consumo responsável
- Apoio ao desenvolvimento local
- Retorno das sobras à comunidade
Além disso, a intercooperação (sexto princípio cooperativista) se tornou uma prática estratégica e estruturada:
- 79% das cooperativas de crédito utilizaram planos de saúde de cooperativas de saúde
- 23% utilizaram serviços de cooperativas de transporte
- 12% adquiriram produtos de cooperativas de trabalho
- 8% fizeram negócios com cooperativas agropecuárias
A primeira securitização compartilhada de carteira do SNCC foi realizada em 2024, representando um marco na colaboração entre cooperativas.
Estrutura normativa e segmentação
Desde a Lei Complementar 196/2022 e a Resolução CMN 5.051/2022, o ambiente regulatório tem favorecido a expansão saudável do setor, permitindo maior autonomia e complexidade nas operações.
As cooperativas de crédito se classificam em:
- Plenas (11,9%): realizam operações mais complexas
- Clássicas (67,3%): fazem captações à vista e a prazo
- Capital e Empréstimo (16,3%): operações limitadas ao capital social
- Centrais, federações e confederações (4,8%)
Avanços regulatórios
Outro marco importante foi a inclusão do ato cooperativo na reforma tributária, garantindo segurança jurídica e o adequado tratamento fiscal às cooperativas de crédito, o que fortalece ainda mais sua atuação e sustentabilidade.
Conclusão
O cooperativismo de crédito é hoje um dos principais pilares da inclusão financeira e do desenvolvimento regional no Brasil. Seus números expressivos mostram que não se trata apenas de um modelo alternativo, mas de uma solução sólida, moderna e comprometida com o bem-estar coletivo.
Onde os bancos saem, as cooperativas entram. Onde o mercado enxerga risco, o cooperativismo vê oportunidade.
Em 2024, mais uma vez, as cooperativas de crédito mostraram que caminhar juntos é o caminho mais seguro para o crescimento.