Movimento Desjardins

Desjardins e a redução da rede de atendimento

Desde 2019, o Movimento Desjardins do Canadá tem reduzido de forma significativa sua rede de atendimento presencial.

Em 2019, o movimento cooperativo Desjardins contava com 887 centros de serviços, número que caiu para 669 em 2023. O plano estratégico prevê ainda o fechamento de cerca de 30% das agências e caixas eletrônicos até o fim de 2026 — o que representa aproximadamente 190 agências e 460 terminais a menos. Em 2015, o Quebec tinha 1.122 agências do Desjardins, e a projeção é que esse número chegue a apenas 436 em 2026.

  • Evolução no Quebec: 2015 = 1.122; 2019 = 887 e 2023 = 669
  • Meta 2026: reduzir ~30% (≈190 agências e 460 ATMs)
  • Uso presencial em 2023: apenas ~1% no balcão e 3% nos caixas eletrônicos

Estratégia do Desjardins é orientada ao digital

A justificativa do Desjardins é clara: a maioria dos membros migrou para os canais digitais. Em 2023, apenas uma fração mínima das transações ocorreu presencialmente, enquanto o acesso online, via plataforma AccèsD, concentra quase toda a demanda. A instituição reforça que investir em manter agências pouco utilizadas representa um custo elevado, ao passo que os canais digitais permitem mais eficiência e comodidade para a maioria dos clientes. Como resultado, os serviços cotidianos vêm sendo transferidos gradualmente para o ambiente online.

Impactos e críticas sociais

A decisão, no entanto, não passou sem críticas. O fechamento de agências afeta especialmente idosos, pessoas com mobilidade reduzida e moradores de comunidades rurais, que dependem de atendimento humano e de transações em dinheiro. Em muitos vilarejos do Quebec, o encerramento da única agência obrigou os residentes a se deslocarem por longas distâncias para ter acesso a serviços bancários básicos. Autoridades locais e entidades de defesa do consumidor alertam para o risco de formação de “desertos financeiros”, aumentando a exclusão financeira em regiões vulneráveis.

  • Grupos mais impactados: idosos, pessoas com mobilidade reduzida e moradores de áreas rurais
  • Consequências: necessidade de viagens longas, maior exclusão digital, dificuldades para transações em dinheiro
  • Críticas: enfraquecimento da relação de proximidade que sempre caracterizou o cooperativismo do Desjardins

Desjardins e as perspectivas futuras

O caso Desjardins revela um contraste nas estratégias do setor financeiro. Enquanto bancos tradicionais como o JPMorgan ampliam suas redes físicas para reforçar a confiança e atrair clientes, o Desjardins segue na direção oposta, reduzindo a presença local em favor do digital.

A grande questão que se coloca é: qual modelo se mostrará mais acertado no longo prazo — expandir o atendimento físico ou acelerar a migração digital?

Por enquanto, o Desjardins demonstra convicção em sua estratégia de digitalização, mesmo diante dos desafios sociais que ela impõe.


Elaborado pelo Portal do Cooperativismo Financeiro

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