Os Estados Unidos apresentam o 4º maior volume de ativos administrados por instituições financeiras cooperativas no mundo, mas quando analisada a quantidade de associados, o país fica atrás apenas da China. No total, são 97,5 milhões de americanos associados a uma cooperativa financeira, cerca de 45% da PEA (População Economicamente Ativa).
Registra a história que a primeira cooperativa de crédito/financeira dos Estados Unidos foi a “St. Mary’s Bank Credit Union of Manchester”, de New Hampshire, fundada em 1908 por francófonos vindos de Quebec, no Canadá, e que teve o acompanhamento pessoal de Alphonse Desjardins, fundador do Movimento Desjardins.
A entidade máxima de representação no país é a CUNA, Associação Nacional das Cooperativas de Crédito, sendo que a regulação e a supervisão das cooperativas financeiras (chamadas de credit unions) não são feitas pelo FED (Federal Reserve), o Banco Central Americano, e sim pela NCUA (National Credit Union Administration), que registra a existência de 6.680 cooperativas financeiras, com uma participação de mercado de 10% nos empréstimos e 6% nos depósitos. No ano de 1965, existiam no país 23.876 cooperativas, sendo que, após um forte processo de fusões e incorporações, remanesceram as atuais 6.680. É também a NCUA que gerencia o National Credit Union Insurance Fund Share (NCUSIF), o fundo garantidor a que todas as cooperativas financeiras do país são obrigadas a aderir.
Em sua origem, as credit unions eram do tipo crédito mútuo, tendo sua atuação limitada a algum grupo comum definido pela ocupação profissional ou pelo local de moradia. Essa regra permaneceu válida até 1982, quando foi autorizada a expansão de forma menos restritiva, permitindo com isso um grande aumento na base de associados, tendo tal número dobrado de 1991 a 1997, época em que as credit unions alcançaram 71 milhões de associados. No ano de 2003, essa liberalidade de associação foi revista e novamente as cooperativas voltaram a atuar dentro de vínculos de associação pré-definidos (profissão, localização). Atualmente, as cooperativas financeiras podem ser reguladas tanto pelo governo federal quanto pelo governo estadual e, assim como no Brasil, gozam de benefícios tributários.
O modelo americano diferencia-se de outros formatos mundiais por não utilizar o compartilhamento da marca, sendo que cada cooperativa possui sua própria marca e sua própria rede de atendimento. Apesar disso, cerca de 20% dos pontos de atendimento cooperativo participam do compartilhamento de ATMs por meio do CU Services Centers, rede conhecida como “Co-op Shared Branching”.
Dentre os 50 estados norte-americanos, três se destacam por seus números e, somados, representam 30% do cooperativismo financeiro do país. São eles: a Califórnia, com 10 milhões de associados e US$ 142 bilhões em ativos; a Virginia, com 8,5 milhões e US$ 99 bilhões, respectivamente; e o Texas com 8 milhões de associados e US$ 81 bilhões em ativos.
É dos Estados Unidos a cooperativa financeira que se autodesigna a maior do mundo. Trata-se da Navy Federal Credit Union, que administra US$ 55 bilhões de ativos e conta com 4,7 milhões de associados, atendidos em 235 pontos de atendimento. Apesar desses grandes números, cerca de 50% das cooperativas do país têm ativos menores do que US$ 25 milhões, enquanto que apenas 3% dos bancos convencionais administram valores abaixo desse montante.
NCUA (National Credit Union Administration) – Sistema de União de Créditos – Órgão Regulador das Cooperativas de Crédito dos Estados Unidos
Ato Federal das Cooperativas de Crédito – “Um Ato para estabelecer um Sistema Federal de União de Crédito … para viabilizar crédito às pessoas com menos recursos, através de um sistema nacional de crédito cooperativo…” O Ato Federal da União de Crédito foi aprovado em 26 de Junho de 1934.