Cooperativismo de Crédito na China

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O cooperativismo de crédito na China ganhou escala, passou por reformas e, hoje, sustenta o financiamento rural com capilaridade e foco comunitário. A seguir, você confere a estrutura atual, os nomes oficiais das instituições, os dados essenciais, as mudanças regulatórias e as perspectivas para os próximos anos.

Panorama atual e relevância

O sistema cooperativo chinês ocupa um papel central no país. Hoje, cerca de 10% a 12% dos ativos bancários são geridos por instituições cooperativas. Além disso, mais de 145 milhões de pessoas participam direta ou indiretamente dessas organizações. Portanto, o modelo tornou-se decisivo para a inclusão financeira, sobretudo nas regiões rurais.

Em paralelo, a rede ampliou volume e alcance. Conforme as consolidações avançaram, os ativos totais cresceram de forma consistente e a presença local foi preservada. Desse modo, a combinação entre escala e proximidade permitiu expandir crédito, captar poupança e oferecer serviços essenciais em municípios menos atendidos por grandes bancos.

Como as cooperativas de crédito são chamadas na China

Na China, as instituições evoluíram e, consequentemente, receberam diferentes denominações oficiais. Veja as três principais:

  • Rural Credit Cooperatives (RCCs) – 农村信用合作社 (Nóngcūn Xìnyòng Hézuòshè): formato original, focado em agricultores e comunidades rurais.
  • Rural Cooperative Banks – 农村合作银行 (Nóngcūn Hézuò Yínháng): estágio intermediário, fruto de fusões e profissionalização.
  • Rural Commercial Banks – 农村商业银行 (Nóngcūn Shāngyè Yínháng): instituições mais robustas, criadas pela transformação de muitas RCCs e hoje predominantes no sistema rural.

Em síntese, o setor migrou de cooperativas locais pulverizadas para entidades regionais mais capitalizadas e supervisionadas. Ainda assim, a missão comunitária permaneceu no centro do modelo.

Estrutura e consolidação: do volume à robustez

No início dos anos 2000, atuavam no país mais de 30 mil RCCs. Contudo, reformas sucessivas promoveram fusões e conversões. Assim, em 2022, o ecossistema passou a contar com 2.142 instituições, distribuídas entre 1.604 bancos comerciais rurais, 515 cooperativas de crédito rural e 23 bancos cooperativos rurais. Com isso, a governança melhorou, os processos se padronizaram e a gestão de riscos evoluiu.

Apesar da redução no número de entes jurídicos, os ativos cresceram e a rede manteve capilaridade. Logo, o atendimento local foi preservado, enquanto a solidez financeira avançou. Além disso, a padronização tecnológica elevou a eficiência operacional e facilitou a supervisão prudencial.

Reformas regulatórias e governança

  • Seguro de Depósitos (2015): a cobertura nacional passou a incluir as cooperativas, o que elevou a confiança e protegeu o poupador.
  • Desregulação parcial de juros (2015): a remoção do teto regulatório em depósitos ampliou a competitividade na captação.
  • Criação da CBIRC (2018): a nova autoridade intensificou a supervisão, exigiu buffers de capital e melhorou o controle de qualidade de ativos.
  • Consolidação provincial recente: federações de crédito foram convertidas em bancos cooperativos regionais, com conselhos mais profissionais e acionistas diversificados.

Como resultado, a governança se fortaleceu, a transparência subiu e a sustentabilidade do sistema ganhou fôlego. Paralelamente, as diretrizes de revitalização rural reforçaram a prioridade de atender “agricultura, áreas rurais e agricultores”.

Desempenho: inadimplência, rentabilidade e crescimento

O setor enfrentou desafios severos no passado. Em 2001, a inadimplência alcançou patamar crítico. Entretanto, as reformas reduziram drasticamente esse índice. Atualmente, os bancos rurais operam com inadimplência média muito menor e, portanto, apresentam risco mais controlado.

Em termos de rentabilidade, a pressão persiste. O ROA recuou ao longo da última década, já que as margens no interior permanecem mais apertadas. Mesmo assim, o sistema segue crescendo perto de dois dígitos ao ano em ativos, o que confirma vigor e relevância.

Impacto no desenvolvimento rural

Historicamente, as cooperativas e os bancos rurais sustentaram a maior parte do crédito agrícola no país. Ainda hoje, eles distribuem financiamento, ofertam poupança, habilitam meios de pagamento e vendem seguros em localidades pouco atendidas por grandes bancos. Desse modo, o setor aproxima serviços financeiros das famílias, fortalece cadeias produtivas e reduz desigualdades regionais.

Além disso, a agenda de revitalização rural impulsiona investimentos em agricultura moderna, infraestrutura e digitalização. Com isso, as carteiras tendem a ganhar qualidade, e a sustentabilidade do crédito melhora no médio prazo.

Perspectivas para 2025 e além

O sistema entra em 2025 mais profissional, mais consolidado e mais supervisionado. Ainda assim, persistem riscos: economias locais menos dinâmicas pressionam margens, enquanto a concentração setorial pode elevar a volatilidade. Portanto, a continuidade das consolidações regionais e dos investimentos em tecnologia será vital para manter a expansão com qualidade.

Em suma, o cooperativismo de crédito chinês seguirá como pilar da inclusão e do desenvolvimento local, equilibrando missão comunitária com disciplina financeira.


Fonte: People’s Bank of China, CBIRC, WOCCU e publicações setoriais.

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