OCB - Organização das Cooperativas do Brasil

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A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é a entidade máxima de representação do cooperativismo no país. Este guia detalha a sua origem, as atribuições, a rede estadual (OCEs), o papel do Sescoop, a atuação do CECO no crédito, a Frencoop no Legislativo e a CNCoop na representação sindical patronal — explicando como tudo se integra para fortalecer o cooperativismo brasileiro.

Histórico e contexto de criação da OCB

A OCB foi instituída em 1969, no IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo, para unificar a representação do setor, até então dividida entre entidades nacionais distintas. A convergência garantiu voz única em temas estratégicos e pavimentou a aprovação da Lei 5.764/1971 (Lei Geral do Cooperativismo), que estabeleceu a Política Nacional de Cooperativismo e reconheceu a OCB como a principal representante do movimento em âmbito federal.

Papel e funções da OCB

Entidade privada, sem fins lucrativos e de caráter confederativo, a OCB congrega todos os ramos cooperativos e atua como interlocutora institucional do setor. Entre as suas funções, destacam-se:

  • Representação política e institucional junto ao Congresso Nacional, Banco Central, Presidência da República, ministérios e organismos internacionais.
  • Defesa jurídica dos interesses coletivos e difusos do cooperativismo, em esferas judicial e extrajudicial.
  • Cadastro nacional das sociedades cooperativas e integração por ramos de atividade.
  • Diretrizes e autogestão: orientação técnica, governança e disseminação de boas práticas.
  • Atuação sindical patronal em nome das cooperativas (em articulação com a CNCoop).
  • Produção e difusão de conhecimento por meio de estudos, publicações, eventos e campanhas de valorização do modelo cooperativo.

Com essa atuação, a OCB trabalha para fortalecer o ambiente regulatório, aprimorar a imagem pública do cooperativismo, fomentar inovação e ampliar o acesso a mercados.

Sistema OCB: OCB, OCEs e Sescoop

Costuma-se apresentar o arranjo institucional como um “tripé”:

  1. OCB (instância nacional de representação e coordenação do sistema);
  2. OCEs (Organizações Estaduais que replicam em âmbito regional a representação e os serviços);
  3. Sescoop (braço educacional e de promoção social, em nível nacional e estadual).

Esse desenho garante capilaridade, coerência estratégica e implementação uniforme de políticas e programas, respeitando as especificidades regionais.

OCEs – Organizações das Cooperativas Estaduais

Cada unidade da federação possui uma OCE, entidade sindical patronal sem fins lucrativos, vinculada à OCB. As OCEs exercem atribuições equivalentes às da OCB, porém em nível estadual:

  • Representação junto a governos e assembleias legislativas;
  • Registro e cadastro das cooperativas no estado;
  • Contribuição cooperativista e serviços de orientação técnica;
  • Comunicação e promoção do cooperativismo regional;
  • Articulação de políticas públicas estaduais e municipais;
  • Operação do Sescoop estadual, em sinergia com as prioridades definidas nacionalmente.

Na prática, a cooperativa se vincula à OCE do seu estado e, por intermédio dela, integra o Sistema OCB, habilitando-se a acessar programas, cursos e instâncias de representação.

Sescoop – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo

Criado em 1998 e inspirado no modelo do Sistema S, o Sescoop é mantido pelas próprias cooperativas e tem como missão formar e capacitar cooperados, dirigentes e empregados, além de fomentar projetos de promoção social e fortalecer a governança.

Principais frentes de atuação:

  • Educação e capacitação (formação inicial e continuada, trilhas de gestão, lideranças e governança);
  • Promoção social (cidadania, voluntariado, iniciativas de impacto comunitário);
  • Gestão e desempenho (ex.: PDGC e outras metodologias de melhoria contínua).

A estrutura combina a unidade nacional (políticas e diretrizes) e as unidades estaduais (execução local via OCEs), garantindo abrangência e aderência às realidades regionais.

CECO – Conselho Especializado de Crédito

Coordenado pela OCB, o CECO reúne representantes dos principais sistemas de cooperativas de crédito (como Sicoob, Sicredi, Unicred, Cresol, Ailos, entre outros) e atua como fórum técnico-político do cooperativismo financeiro.

Finalidade: defender os interesses das cooperativas de crédito junto aos órgãos oficiais e reguladores — Banco Central do Brasil, Presidência da República, Câmara dos Deputados e Senado —, contribuindo com propostas e posicionamentos em consultas públicas, projetos de lei e normas infralegais.

Ao articular as especificidades do crédito cooperativo, o CECO ajuda a garantir marcos regulatórios adequados, estabilidade sistêmica e expansão sustentável do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.

Frencoop – Frente Parlamentar do Cooperativismo

A Frencoop é uma frente suprapartidária no Congresso Nacional, composta por deputados e senadores comprometidos com a pauta cooperativista. Criada em 1986, teve papel decisivo na inclusão do cooperativismo na Constituição de 1988 e, desde então, atua na formulação, apoio e aprovação de propostas legislativas favoráveis ao setor.

Em alinhamento com a OCB, a Frencoop acompanha agendas estratégicas (tributação, crédito, digitalização, inovação, governança) e mobiliza o Legislativo para evitar retrocessos regulatórios, além de modernizar o marco legal do cooperativismo.

CNCoop – Central Nacional das Cooperativas

A CNCoop exerce a representação sindical patronal das cooperativas em nível nacional. Complementa a atuação institucional da OCB, priorizando as relações de trabalho, negociações setoriais, posicionamentos em câmaras temáticas e a interlocução com o Poder Executivo nas pautas econômicas e laborais.

Como as instâncias se articulam

O desenho institucional do cooperativismo brasileiro assegura presença e coerência do nível local ao federal:

  • Nível local/estadual: cooperativas e federações setoriais interagem com a OCE e com o Sescoop estadual (representação, apoio técnico e formação).
  • Nível nacional: a OCB coordena a agenda institucional, o Sescoop nacional define diretrizes educacionais, a CNCoop representa o setor em pautas sindicais e a Frencoop atua no Legislativo.
  • Ramo crédito: o CECO articula as especificidades do sistema financeiro cooperativo junto ao Banco Central e aos poderes Executivo e Legislativo.

Esse ecossistema garante capilaridade, coerência estratégica e estabilidade regulatória, preservando os princípios do cooperativismo e estimulando crescimento sustentável.

Participação das cooperativas e governança

Como entidades de autogestão, as cooperativas participam da governança do sistema por meio de assembleias, conselhos e comitês. Em paralelo, integram-se às OCEs e acessam programas do Sescoop. No ramo crédito, os sistemas nacionais indicam representantes para o CECO, fortalecendo a voz do setor nas discussões regulatórias.

Para saber mais sobre a base do modelo, consulte: O que é uma cooperativa de crédito.

28 Comentários

  1. Casa real faz parte da ocb?
    Um programa de financiamento de casas. To com medo de ser golpe! Sem consulta ao spc e serasa acabei que fiquei com o pé atrás. Alguém poderia me ajudar?

  2. Boa noite. por favor me ajudem tenho eleiçao de cooperativa para realizar final do mes de março agora e se nao a fizer a cooperativa perde o direito de assinatira no banco e com a jucesp como ficara a situaçao devido ao problema que estamos passando com o corona virus posso cancelar a eleiçao ou prolongar o mandato ajude me

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