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Tag: Grécia

  • Crédit Agricole negocia venda do banco grego Emporiki

    O banco cooperativo francês Crédit Agricole negocia a venda da totalidade ou de uma parte do banco grego Emporiki, disseram um banco grego e uma fonte familiarizada com o assunto nesta segunda-feira.

    O maior banco da Grécia, o National Bank, disse em um documento ao mercado que mantém negociações com o banco francês sobre uma “aliança estratégica” envolvendo o Emporiki. Um porta-voz do Crédit Agricole não quis comentar.

    O quarto maior banco europeu em ativos tem lutado para reduzir sua exposição de 4,6 bilhões de euros (5,84 bilhões de dólares) ao Emporiki após temores de que uma saída da Grécia da zona do euro levaria a enormes perdas contábeis e forçaria um aumento de capital.

    O National Bank é o primeiro banco a confirmar que mantém discussões com o Credit Agricole sobre uma possível compra do Emporiki, seja parcial ou total.

    O Credit Agricole pode decidir por manter uma participação minoritária no banco grego, que no final do ano passado tinha 1,3 milhão de clientes e 22,3 bilhões de euros em empréstimos. Na semana passada, o Alpha Bank negou uma notícia de que mantinha negociações para adiquirir ativos do Emporiki.

    Fonte: Estadão

  • Crédit Agricole injeta 2 bi de euros no banco grego Emporiki

    Todos os bancos gregos estão realizando operações de recapitalização, devido às enormes perdas e inclusive a possibilidade de quebra ou nacionalização de suas instituições.

    ATENAS, 4 Jan 2012 (AFP) – O banco francês Crédit Agricole injetou 2 bilhões de euros em sua filial grega Emporiki Bank para cobrir um aumento de capital destinado a reforçar as estruturas da entidade grega, anunciou o banco nesta quarta-feira através de um comunicado.

    Segundo a empresa, a medida pretende reforçar as estruturas do banco grego. “Este aumento de capital assinala a confiança e o apoio do Crédit Agricole ao novo entorno macroeconômico grego”, diz o comunicado.

    Todos os bancos gregos estão realizando operações de recapitalização, devido às enormes perdas e inclusive a possibilidade de quebra ou nacionalização de suas instituições.

    Fonte: Uol.com.br

  • Operação do Banco Cooperativo Credit Agricole na Grécia são alvo de preocupação

    O gigante francês, Banco Cooperativo Crédit Agricole S/Ao 5º maior banco do mundo, alertou que enfrenta mais de US$ 1 bilhão em novos prejuízos em suas problemáticas operações gregas, num sinal de que a crise financeira europeia ameaça contaminar até os países relativamente saudáveis da região. Como outros bancos franceses, o Crédit Agricole se aventurou no sul da Europa nos últimos anos, atraído pelo crescimento rápido da região quando a zona do euro se expandia para a periferia do continente. Mas essas apostas fizeram água e os problemas do banco de 116 anos se tornaram simbólicos da crise que também assola outros bancos europeus.

    Credit AgricoleOs problemas são especialmente graves nos bancos franceses. O Crédit Agricole tem uma subsidiária grega que está sob pressão e também detém participação em bancos espanhóis e portugueses. O Société Générale SA tem um banco grego que está no vermelho. Outro importante banco francês, o BNP Paribas SA, controla um banco português e tem bilhões de euros em dívidas gregas e espanholas, que muitos especialistas consideram em risco de moratória.

    O Crédit Agricole divulgou ontem que pode ter que provisionar € 450 milhões (US$ 554,3 milhões) para cobrir créditos de recebimento duvidoso na Grécia, e deve ter de contabilizar uma baixa de € 400 milhões no segundo trimestre referente à depreciação de sua combalida subsidiária Emporiki Bank of Greece SA. Esses prejuízos, somados a cerca de € 2,6 bilhões em perdas no próprio Emporiki, não põem em risco o Crédit Agricole, mas analistas dizem que podem dar uma boa mordida nos lucros de 2010 do banco.

    A investida do Crédit Agricole fora da França “tem sido nada menos que um desastre”, diz Jaap Meijer, analista da Evolution Securities. A corretora recomenda vender as ações do banco.

    No fim do ano passado, o Crédit Agricole e outros bancos franceses tinham uma exposição total de US$ 493 bilhões a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, segundo dados divulgados este mês pelo Banco de Compensações Internacionais, mais conhecido pela sigla em inglês BIS. É mais do que qualquer outro país, embora a Alemanha não esteja muito distante, com US$ 465 bilhões.

    A Europa “continua vulnerável ao contágio”, diz Jacques Cailloux, economista-chefe de Europa do Royal Bank of Scotland. “A maior exposição é a da França.”

    A situação mostra como a interligação do setor financeiro da Europa – antes vista como a maior esperança de crescimento econômico sustentável no continente – se tornou o calcanhar de Aquiles da região. Uma crise financeira originada na Grécia, uma economia insignificante na periferia da Europa, semeia agora dúvidas sobre a saúde do sistema financeiro e econômico da região inteira.

    O Crédit Agricole passou a maior parte de seus primeiros cem anos de existência concedendo empréstimos a produtores agrícolas empobrecidos e financiando a reconstrução da zona rural da França após a Primeira Guerra.

    Seu lema é “Bom senso perto de você“. Em 2006, com a saturação do mercado bancário francês e a expansão das economias de países como a Grécia, o Crédit Agricole embarcou num plano internacional de expansão com foco especial no sul da Europa.

    Ele venceu uma disputa para comprar o Emporiki, um deficitário banco estatal grego.

    Um executivo do alto escalão do Crédit Agricole disse na época que o acordo refletia “a confiança que temos na economia grega e no crescimento excepcional do setor bancário da Grécia”.

    O Crédit Agricole indicou um novo diretor-presidente para o Emporiki, um executivo grego do setor de laticínios chamado Antony Crontiras, sem experiência bancária. Ele, por sua vez, anunciou logo planos de aumentar o crédito do Emporiki e previa crescimento anual de 30% do lucro.

    “O Emporiki vai liderar” o crescimento no resto do sudeste da Europa, disse Crontiras numa entrevista coletiva em abril de 2007 em Atenas. Ele disse que a presença do Emporiki em Chipre, na Albânia e na Romênia iria aumentar de 45 agências na época para 309 até 2011.

    A expansão desenfreada deixou o Crédit Agricole vulnerável quando a crise financeira se transformou numa recessão mundial. Desde 2006, o Emporiki perdeu quase € 1,5 bilhão. Executivos do Crédit Agricole disseram ontem que o Emporiki vai perder cerca de € 750 milhões este ano e € 130 milhões em 2011. Em outubro, a empresa previa que o Emporiki perderia cerca de € 300 milhões em 2010 e atingiria o ponto de equilíbrio em 2011.

    Aproximadamente 18% dos créditos do Emporiki são classificados como “deficitários” e executivos do Crédit Agricole disseram ontem que o índice pode subir para 28% ano que vem. As investidas do Emporiki nos Bálcãs e em Chipre também estão dando prejuízo, informou ontem o Crédit Agricole.

    O banco “subestimou os problemas e superestimou a capacidade dele de se expandir no mercado grego”, diz Nickolaos Travlos, diretor da Escola de Pós-Graduação em Administração Alba, em Atenas.

    “Se você quer que eu diga que o Emporiki foi um ótimo investimento, não vou falar isso”, disse ontem o diretor financeiro do Crédit Agricole, Bertrand Badre, numa teleconferência de quase duas horas com analistas. Ele disse esperar que o Emporiki saia do vermelho em 2012.

    Mas os executivos também disseram ontem que o Emporiki responde por apenas 3% do total de agências e do faturamento da matriz e, por isso, seus problemas não ameaçam a integridade do Crédit Agricole. “Gostaríamos de nos assegurar de que a situação na Grécia não prejudique a visão geral que temos do futuro de nosso grupo”, disse Bruno de Laage, diretor-geral adjunto do banco.

    Ao mesmo tempo, os executivos se recusaram a descrever quais são suas vulnerabilidades nos outros países problemáticos no sul da Europa.

    Fonte: Valor Online