As cooperativas catarinenses acabam de ultrapassar a barreira de 1 milhão de famílias associadas. Isso significa que METADE da população estadual está vinculada ao cooperativismo. O anúncio foi feito pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan, ao apresentar os números gerais do desempenho do setor em 2009 – período em que as 256 sociedades cooperativas faturam R$ 11,3 bilhões de reais, 3% acima do ano anterior. A avaliação foi feita em Florianópolis, durante a assembléia geral anual do sistema cooperativista.
O quadro geral do desempenho das cooperativas revela que, em 2009, o número de associados cresceu 17%, subindo para 1.005.195 e o número de empregados aumentou 6%, passando a 31.730. As cooperativas pagaram R$ 534,5 milhões de reais em impostos (aumento de 10%) e fecharam o exercício com patrimônio líquido 17% maior, ou seja, R$ 2 bilhões 796,9 milhões de reais. Saúde, crédito e consumo foram os ramos de maior expansão.
Zordan observa que a redução do número de cooperativas em 4% e, ao mesmo tempo, um considerável aumento de 17% no número de associados, revelam que as organizações cooperativas promoveram fusões e incorporações para racionalizar gastos. “Outro aspecto importante é a adequação de práticas de controle e manutenção dos ativos que os gestores das cooperativas experimentaram.”
O superintendente da Ocesc, Geci Pungan (foto), realça que o crescimento verificado no patrimônio líquido em 17% deve-se a preservação de margens, racionalização de custos, cortes de despesas, providências que permitiram obtenção de resultados positivos. “Por outro lado”, anota, “comprova-se que, em quaisquer circunstâncias por que passem as empresas, a carga tributária não decresce sendo este um dos aspectos preocupantes para economia geral”.
A seguir, um balanço setorizado:
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O RAMO AGROPECUÁRIO encerrou o ano com 51 cooperativas, duas a menos que no período anterior, porém com aumento de 4% do quadro social que ficou com 62.836 cooperados. O número de empregados teve crescimento de apenas 1%, mantendo, no entanto, a posição de maior empregador do sistema cooperativista com 20.899 colaboradores. O faturamento do ano totalizou R$ 7.336.970.703,00, que resulta em 1,10% a menos que o ano anterior. Apesar da redução das vendas, houve aumento da carga tributária que chegou aos R$ 216.526.957,00 com aumento nominal de 3,30%. O patrimônio líquido teve incremento de 10%, fechando o período com R$ 1.287.659.738,00.
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O RAMO DE CONSUMO manteve as 12 cooperativas do ano anterior, registrou incremento de 13% no número de associados, totalizando 175.822 cooperados. Apesar do ano marcado pela crise e contenções de demanda, o ramo de consumo logrou um crescimento de 11% em seu faturamento situando-se em R$ 377.047.666,00. O mesmo percentual deu-se em crescimento no número de colaboradores, chegando a 1.755 ao final do ano. O patrimônio líquido elevou-se em 15 %, encerrando o período com o valor de R$ 68.023.709,00.
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O RAMO DE CRÉDITO, com 72 cooperativas, duas a menos que no ano anterior em razão de incorporações, agregou o maior percentual em número de associados – 22% – chegando a exatos meio milhão de pessoas. O maior número de associados exigiu aumento de 20% do quadro funcional que fechou o ano com 2.993 colaboradores. O faturamento elevou-se em 14% atingindo o valor de R$ 765.589.423,00, cujos resultados finais proporcionaram a elevação de 35% do patrimônio líquido, que atingiu R$ 877.889.546,00.
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No RAMO DE INFRAESTRUTURA, em atenção às determinações da Agência Reguladora ANEEL, promoveram-se as separações das unidades geradoras das distribuidoras de energia elétrica, originando a constituição de duas novas cooperativas, totalizando no ramo, 29. O número de associados elevou-se em 16%, chegando a 232.681 consumidores. Na mesma proporção cresceu o pagamento de impostos que atingiu R$ 72 milhões no ano. O quadro funcional evoluiu 5% e totalizou 1.173 ao fim de 2009. A contenção de consumo evidencia-se claramente na atividade deste ramo (energia elétrica) ao constatar-se que apesar do aumento do número de consumidores, o faturamento limitou-se ao incremento de 1%, totalizando R$ 331.374.636,00.
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No RAMO SAÚDE ocorreu uma incorporação em 2009, permanecendo ativas e em operação 33 cooperativas que ampliaram em 13% seu quadro social, fechando o período com 10.050 cooperados. O quadro funcional cresceu 24%, chegando muito próximo aos 4.000. O faturamento de R$ 1.869.227.834,00, ou seja, 13% acima do exercício anterior, originando o pagamento de R$ 113.512.447,00 em impostos (+14 %). O patrimônio líquido cresceu 5%, fechando em R$ 179.977.953,00 ao final do período.
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As 21 cooperativas do RAMO TRANSPORTE, uma a menos que no ano anterior, sentiram os reflexos da recessão, tendo reduzido seu faturamento em 5%, limitando-se à R$ 596.268.350,00. No entanto, o pagamento de impostos teve redução inferior a 1%, com patamar de R$ 30.805.399,00 em face da constante elevação da carga tributária nacional. Não obstante à redução do quadro social em 9%, totalizando 11.811 cooperados, houve incremento no quadro funcional, situando-se em 777, fruto de ampliações de bases de prestação de serviços. Reflexo dessa performance, o patrimônio líquido limitou-se ao crescimento de 4%, encerrando o ano em R$ 52.264.416,00.
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Os RAMOS DE PRODUÇÃO, HABITACIONAL, MINERAL, ESPECIAL E EDUCACIONAL, ainda que com menor expressão econômica, são importantíssimos instrumentos para a promoção de renda às pessoas físicas, que organizadas na forma de cooperativas prestam serviços especializados aos mais diversos segmentos da sociedade. O número de cooperativas diminuiu 10% em 2009, limitando-se a 38, mas o quadro social permaneceu relativamente estável em 11.494 cooperados.
Na maioria das cooperativas os próprios cooperados executam os serviços administrativos, explicando-se o pequeno número de colaboradores (134), 20% abaixo do ano anterior. O faturamento de R$ 43.144.198,00 embutiu redução de 12% – não impedindo a elevação da carga tributária em 9% (R$ 2.745.956,00). A retração evidenciada reflete-se no patrimônio líquido, cujo crescimento de 3% resultou em R$ 14.247.380,00.
Fonte: Easycoop