Assembleia da ACI: O uso das mídias sociais no Ano Internacional das Cooperativas

Cancún – México: Segundo Charles Gould, Diretor Geral da ACI (Aliança Cooperativa Internacional), “as perguntas que sempre escuto são: como atrair novos associados, como mostrar para os jovens de hoje que as cooperativas não são mais as mesmas que as de seus avós?” Para falar deste tema palestrou o Sr. Sam Graham-Felsen, que foi o coordenador da campanha presidencial de Barack Obama.

O Sr. Sam Graham-Felsen iniciou sua fala questionando: “como podemos aproveitar o descontentamento dos jovens em relação ao mundo atual? Como podemos aprender com o movimento social que aconteceu no Egito?”. O protesto inicial no Egito foi muito pequeno, mas o Facebook e outras mídias sociais permitiram a organização das pessoas que tinham idéias em comum, dando-lhes a confiança e a força coletiva. Também na Europa, em Israel e em Wall Street ocorreram movimentos semelhantes. A internet tem dado poder para pessoas normais, pessoas que sozinhas não seriam escutadas.

Movimentos sociais liderados pelos jovens utilizando as mídias sociais

Segundo o Sr. Felsen, “o mesmo desafio que tivemos na campanha de Obama as cooperativas tem neste ano de 2012: como ganhar força?”. “O que fizemos foi demonstrar a origem de Obama, mostrando que ele não seguiu a linha normal dos políticos, sendo bem quisto por pessoas pobres e não pelos ricos. O que buscamos foi mostrar que uma pessoa normal poderia ser vitoriosa”. “As pessoas normais querem perceber que também podem fazer a diferença”.

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PILARES DA CAMPANHA DE BARACK OBAMA:

1) AUTENTICIDADE:

Contamos inúmeras histórias falando de Obama e do que ele fazia e dizia. Foram feitos mais de 2000 vídeos para o Youtube, sendo que o mais famoso foi um vídeo de 37 minutos falando da questão racial. Foram 7,5 milhões de pessoas que o assistiram. O Youtube é melhor que a TV pois nele as pessoas assistem voluntariamente. A divulgação ocorreu por email onde uma pessoa indicava o vídeo à outra. Os meios eletrônicos (Youtube, email, Blogs, mídias sociais, SMS) são mais efetivos que os meios tradicionais para a comunicação nos dias de hoje e permitem a interação entre as partes. “O Youtube é um canal de TV particular, você escolhe o que quer ver”.

2) CONTEÚDO PERSONALIZADO:

Preparamos diversos conteúdos na web com enfoques diferentes, por exemplo: para mulheres, para latinos, outros sobre religião, por região/estados, O conteúdo foi o que realmente uniu as pessoas em torno da campanha. Ele tem de ser interessante e inspirador.

3) VALORIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE TODOS:

Incentivamos a interação dos leitores e do público, com comentários e respostas. Permitimos que eles recebessem o conteúdo por email ou SMS.

4) ESCUTAR AS PESSOAS QUE O APOIAM:

Durante a campanha ganhamos muitos seguidores e apoiadores, mas no decorrer da mesma alguns se afastaram por não concordarem com um ou outro posicionamento. É importante escutar os descontentes e saber como podemos agrega-los novamente na campanha. O que não podemos fazer é apagar conteúdos na Internet quando percebermos que algum assunto controverso foi abordado, temos de assumir o que publicamos e nos desculpar ou reafirmar nossas posições.

6) PESSOAS NÃO ATM’s (Caixas Eletrônicos):

As pessoas não são robôs, querem ser ouvidas e valorizadas, não são fonte de receitas ou de doações. As arrecadações de verbas eram trocadas por encontros, jantares e palestras com Barack Obama. “No ano de 2012 vocês devem aproveitar todas as oportunidades, boas e ruins”. Devemos comunicar sempre, sempre reafirmando a mensagem principal, mesmo que seja em defesa de uma opinião de controversa.

7) TESTE TUDO:

Hoje existem na web diversas formas de se verificar se o seu conteúdo está atraindo o público ou não. Veja o que dá retorno e o que funciona e faça mais do que der certo.

SUA VOZ PODE MUDAR O MUNDO: Na campanha de Obama finalizávamos os pronunciamento com a frase “Sua voz pode mudar o mundo”. Devemos dar um enfoque próximo, familiar, mostrando que somos formados por pessoas normais que juntas são muito mais fortes.

Márcio Port, de Cancún, México

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