Sync Coop traz perspectivas e tendências de inovações financeiras para o cooperativismo

Evento realizado pela Fenasbac trouxe representantes do órgão regulador, líderes de negócios e especialistas em inovação para discutir os desafios das cooperativas e como as novas tecnologias promovem o setor.

A Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac), realizou na terça (29/11) e na quarta (30/11), o Sync Coop, um evento de inovação financeira e tecnológica focado em discutir os atuais desafios e o futuro do cooperativismo de crédito em meio às rápidas mudanças do Sistema Financeiro Nacional.

Os dois dias do evento reuniram especialistas em inovação, como representantes dos órgãos reguladores e líderes de negócios, para debater quais são os desafios atuais do cooperativismo e como as novas tecnologias e inovações do sistema financeiro provocam mudanças no setor.

A palestra de abertura foi feita por Paulo Sérgio Neves de Souza, Diretor de Fiscalização (Difis) do Banco Central. Ele abordou o papel das Cooperativas de Crédito, na competitividade e no crescimento do sistema financeiro nacional, trazendo números que mostram a expansão do setor.

Paulo Stein, Presidente da Fenasbac, Paulo Cunha, Líder do Setor Público para América Latina da AWS, Leo Monte, Chief Innovation & Marketing Officer da Sinqia, Diogo Peixoto, Gerente Comercial Regional da AX4B, também participaram da abertura.

No primeiro dia do evento destacou-se a discussão sobre como o Open Banking pode ajudar o pequeno e médio empreendedor no painel “Open de Oportunidade: Novos modelos de negócios para as cooperativas de crédio”. Segundo Valério Araújo, gerente de Open Banking e inovação do Sicredi, a abertura de dados é uma excelente oportunidade para o cooperativismo fortalecer seu papel.

“A partir do momento que as cooperativas têm acesso às informações de movimentações financeiras, sabem o volume de investimento do cooperado em outras instituições e podem fazer melhores ofertas. A partir do acesso ao histórico e comportamento de consumo, conseguem observar ação mais adequada, seja dar uma recomendação, fazer a readequação de portfólio de produtos do cooperado ou oferecer novos produtos. Isso também permite fortalecer relações e fidelizar o cliente”, afirma.

Outro destaque do dia foi a discussão da criação do real digital no painel “Inovação pela Regulação e o Futuro do Real Digital”. Durante o debate, Fábio Araújo, coordenador do projeto do CBDC do Banco Central do Brasil afirmou que o real digital pode trazer ferramentas e tecnologias dos cripto ativos a serem incorporadas como o blockchain, criando uma plataforma de pagamento com estrutura, segurança e levando os serviços para parcelas cada vez maiores da população.

O coordenador ainda aproveitou o espaço para adiantar o anúncio do presidente do Banco Cental, Roberto Campos Netos, sobre o LIFT Lab Challenge: Real Digital, um novo laboratório de inovação para explorar a criação de uma moeda digital brasileira, o CBDC, que terá coordenação junto à Fenasbac e se inicia em 10 de janeiro de 2022.
Já no segundo dia do Sync Coop, os palestrantes debateram a importância da tecnologia para o cooperativismo, mas sem deixar de estar próximo do cooperado. Para Moacir Krambeck, presidente da Confebras, as cooperativas devem utilizar ambientes tecnológicos que facilitem a vida do cliente, porém, precisam estar presentes para atendê-los em casos de dúvidas ou necessidades. “Manter um contato próximo é primordial e, além disso, é preciso valorizar os colaboradores, pois são eles que prestam o atendimento às pessoas”, afirma.

Outra questão importante discutida no segundo dia do Sync foi o fato de que as cooperativas precisam fortalecer a comunicação entre si para o desenvolvimento do setor. De acordo com José Maria, presidente do Conselho de Administração da Unicred, é preciso manter os princípios e ter sempre igualdade de condições dentro do cooperativismo.

O Sync contou com trilhas de conhecimento que trouxeram diversos assuntos sobre tecnologia, sustentabilidade e inovação, envolvendo o futuro do cooperativismo.

Trilha Sync

A primeira delas, realizada na terça-feira, foi a Sync, o ponto de encontro entre inovação tecnológica, sustentabilidade, regulação pró-mercado e novos negócios financeiros que reuniu palestras de líderes com visão de futuro como Rodrigoh Henriques, líder de inovações financeiras da Fenasbac. Ele falou sobre o impacto social de um mundo digital com Sistema de Pagamento Instantâneo e abertura de dados.

No mesmo dia, ocorreu a discussão sobre a transformação digital nas cooperativas de crédito com Helio Mariano, diretor de tecnologia e inovação da Ailos, que possui mais de 30 anos de experiência na gestão de tecnologia e desenvolvimento de projetos.

Já na programação de ontem, a trilha Sync foi encerrada com discussão sobre como a cooperação é a chave para o futuro. Os palestrantes foram José Maria Azevedo, presidente do conselho de administração da Unicred, e Moacir Krambeck, presidente da Confebras e do conselho de administração da Central Ailos e João Carlos Spenthof, presidente do FGCoop e da Central Sicredi Centro Norte.

Trilha Tech

A trilha Tech mostrou a nova realidade tecnológica do sistema financeiro, suas oportunidades e armadilhas. No primeiro dia, Priscilla Koo Wilkens, chefe de subunidade do departamento de competição e estrutura do mercado financeiro do Banco Central, Suzana Aline de Souza, head de crédito da Central Ailos, Aline Lanzarin, gerente de concessão de crédito do Sicredi Confederação e Ulysses Pacheco, especialista em vendas para o setor público da AWS, falaram sobre inteligência artificial e crédito real. Os especialistas debateram como a tecnologia pode garantir o crédito certo no momento mais adequado para o cliente.

Ontem, Luis Schuler, diretor de produtos e tecnologia da Unicred, juntamente com Paula Thais Cardozo, coordenadora de gestão da inovação da Ailos falaram sobre inovações tecnológicas a serviço do cooperado.

Trilha Biz

Já a trilha Biz mostrou os desafios e oportunidades de negócios para um mundo complexo, hiperconectado e digital. Na terça-feira, Márcio Alexandre Rodrigues, superintendente de governança de TI e segurança cibernética da Sicoob, Valério Araújo, gerente de Open Banking e inovação da Sicredi, Marcelo Martins, advisor da Fenasbac e diretor da ABFintechs e Juliana Inneco, head do Torq Labs da Sinqia, debateram os novos modelos de negócios para as cooperativas de crédito.

Na programação de ontem, houve a discussão sobre o que esperar da união de fintechs e cooperativas. Para isso, o evento contou com a participação de Danielle Teixeira, Líder de Comunidade no LIFT Lab e designer de inovação da Fenasbac, Natália Braulio, COO e co-fundadora do Openbox, Felipe Santiago, CEO – Cashway, Rafael Miranda, CEO da Websolti e Danillo Branco, CEO and Co-founder of FinanSystech.

Para fechar a trilha Biz, o Sync discutiu o futuro do mercado financeiro e o impacto do Bitcoin, Crypto, Smart Contracts e DeFi. O debate ficou por conta de Gustavo Cunha, CEO e fundador da FinTrender, Rafaella Baraldo, CEO e co-fundadora da Pods Finance e Claudia Mancini, fundadora e editora chefe do Blocknews.

Trilha Reg

A trilha Reg apresentou palestras sobre a regulação a serviço da inovação para um sistema financeiro mais eficiente, competitivo e inclusivo, mostrando caminhos para o futuro. Na terça-feira, o evento contou com a participação de Aristídes Cavalcante Neto, chefe do escritório de segurança cibernética e inovação para o sistema financeiro do Banco Central, juntamente com Fábio Araújo, coordenador do Projeto Real Digital (CBDC) do Banco Central do Brasil, e José Casara, Gerente de Inteligência em Supervisão de Riscos Estratégicos – CVM, com moderação de Keiji Sakai, entrepreneur, advisor, investor da Rksam Soluções. Os especialistas debateram iniciativas inovadoras para a regulação e o futuro da moeda digital.

Ontem, Harold Espínola, chefe do departamento de supervisão de cooperativas e instituições não bancárias do Banco Central, falou sobre o futuro do cooperativismo ligado à tecnologia.

Trilha Green

A trilha Green ofereceu discussões em relação ao cooperativismo como peça-chave na busca do equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade. A programação do primeiro dia abordou a importância e impacto da sustentabilidade na área financeira. Os palestrantes foram Ricardo Harris, chefe do gabinete do diretor de regulação do sistema financeiro do Banco Central, com moderação de Lucila Simão, CEO do Instituto Fenasbac.

A segunda palestra da trilha foi sobre crédito verde, realizada ontem, com os convidados José Cunha, diretor executivo do Bureau Veritas, com moderação de Wankes Leandro, head de transformação do Instituto Fenasbac. Além disso, o evento contou com Morgan Dooyle, Representante do Grupo BID no Brasil, que marcou presença com a palestra “A hora e a vez do crédito verde”.

Trilha Power Talks

Por fim, a trilha Power Talks apresentou o poder da inovação demonstrado em casos reais nas cooperativas de crédito de norte a sul do Brasil. No primeiro dia do evento, foram demonstrados os caminhos para a emissão de Green Bonds por uma cooperativa brasileira, com palestra de Alexandre Englert Barbosa, tesoureiro executivo do Sicredi, e como o Sicredi está usando os dados do Open Banking em sua Estratégia Fiscal.

No último dia do evento, Alessandro Guzzo, gerente de produtos e tecnologia da Unicred, juntamente com Rodrigoh Henriques, falaram sobre um ano de cartão nas nuvens.

Para fechar a trilha, Adriano Polidoro, superintendente de tecnologia na Central Ailos, falou sobre a implantação de um novo Core Bancário.

Todo o evento pôde ser acompanhado online de forma gratuita por meio da plataforma de transmissão do evento. Os participantes tiveram a oportunidade de interagir com os palestrantes, fazendo comentários e perguntas. O evento contou com patrocínio master da AWS e Sinqia, além da AX4B como patrocinadora e o MundoCoop com mídia oficial.

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