Mais que uma escolha financeira: precisamos falar sobre o cooperativismo

Comunicação é a chave de tudo. E para o cooperativismo, é a oportunidade de mostrar para o mundo seu potencial de desenvolvimento e transformação.

Hoje, como se comunicar se tornou tão importante quanto a comunicação em si e, nesse quesito, as cooperativas têm se empenhado. Seja para se aproximar de seus cooperados ou disseminar a identidade cooperativista na sociedade, iniciativas estão impulsionando a visibilidade do movimento!

De olho nesta realidade, o Sicoob lançou a campanha institucional “Sicoob: mais que uma escolha financeira”. Divulgada em todo o país, e disponível no YouTube, a campanha busca evidenciar as vantagens de se associar a uma cooperativa de crédito, destacando as particularidades do sistema financeiro cooperativo.

Para entender melhor sobre os motivos que levaram a cooperativa a criar a campanha e o impacto de sua veiculação, a MundoCoop conversou com exclusividade com o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Ênio Meinen.

Confira!

Como surgiu a ideia de realizar a Campanha Nacional “Sicoob: mais que uma escolha financeira”? Qual o objetivo por trás de sua criação?

Nosso ponto de partida foi o estudo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que mostrou que apenas quatro entre cada dez brasileiros conhecem realmente o cooperativismo. Este é um dado que ajuda a entender por que somente 10% da população bancarizada do Brasil utiliza as prerrogativas do cooperativismo financeiro.

Então pensamos: “ora, se as pessoas não sabem que isso existe, como podemos esperar que elas escolham fazer parte de uma cooperativa financeira?”

Neste contexto, entendemos que o Sicoob, como um dos mais representativos sistemas de cooperativas do país, tinha a responsabilidade de promover um grande movimento, dando a sua contribuição para que o Brasil pudesse conhecer melhor esse modelo de empreendedorismo.

Quando pensamos em escolha financeira, normalmente imaginamos algo mundano e funcional. Optar entre o banco x ou y, ou por essa ou aquela fintech; por aquele que dá o cartão com a promessa de cashback ou que, ocasionalmente, tem a taxa mais baixa em determinado produto. No entanto, quando você se associa a uma cooperativa está fazendo bem mais que uma opção por um provedor de serviços de natureza bancária. Deixa de ser cliente e se torna dono, tem voz e participa dos resultados. Além disso, investe em formação empreendedora para jovens; no acesso à luz elétrica, no resgate de economias locais, no fortalecimento de comunidades, no apoio a produtores rurais, no suporte a micro e pequenos empreendedores. Enfim, passa a contribuir efetivamente para um país mais justo e próspero para todos.

Portanto, escolher uma cooperativa do Sicoob é ter o poder de impactar positivamente o próprio bolso e o desenvolvimento econômico e social de pessoas e comunidades.

Como vocês enxergam o impacto dessa campanha? Já é possível medir um retorno de sua circulação?

Entendemos esse esforço de comunicação como um projeto de longo prazo. O filme de lançamento foi apenas o primeiro passo de uma ampla e extensa jornada de popularização do cooperativismo. Começamos a explicar o modelo e a ideia agora é contar com muito mais vozes. Quanto mais gente se unir ao movimento e cooperar com o Sicoob para explicar o cooperativismo, mais pessoas poderão ter a chance de realizar “mais que uma escolha financeira”.

Temos a convicção de que, quando o Brasil conhecer o sistema cooperativista, entender seu impacto, funcionamento, benefícios para pessoas e comunidades, veremos o número de cooperados crescer exponencialmente, e os resultados desse grande movimento de “explicação do cooperativismo” poderão ser sentidos em todas as comunidades onde as cooperativas atuam.

“Estamos sempre observando e estudando meios de promover soluções e experiências inovadoras para dar ênfase aos diferenciais do cooperativismo”

Qual o principal desafio do cooperativismo hoje em sociedade? Investir em iniciativas como essa nova campanha, que buscam disseminar o movimento, é a bola da vez?

Hoje, nosso maior desafio fazer com que a população saiba que, por meio do cooperativismo financeiro, é possível crescer junto com a cooperativa e manter uma vida financeira moderna e digital. Mas acreditamos que estamos no caminho certo: já somos 6,3 milhões de cooperados no Sicoob e não vamos parar por aí.

A MundoCoop é uma grande defensora de um oitavo princípio, a comunicação. Como fazer com que a comunicação seja mais efetiva?

Acreditamos que a comunicação é a arte de contar histórias de forma lúdica. Para a campanha, fizemos uso deste recurso inserindo o tema de maneira mais próxima ao dia a dia das pessoas. Apresentar o cooperativismo financeiro por meio da música “O Segundo Sol” foi uma das nossas apostas para tornar a comunicação efetiva, além de humanizar a nossa marca com a exibição de cases reais, como a inauguração de uma unidade atendimento cooperativo em Rio Pardo (RO), que proporcionou desenvolvimento e melhoria da infraestrutura no município; a transformação social e dignidade financeira dada a mais de dez mil moradores de uma favela de Belo Horizonte (MG), com a abertura de uma agência no local; e a pequena produção de tilápia que virou toneladas em Morada de Minas (MG). Sabemos que a construção de uma boa narrativa gera um leque de oportunidades que estreitam laços e geram identificação, por isso é importante que toda comunicação seja bem estruturada e passe, cada vez mais, a explorar recursos que cativem o espectador.

Reafirmar o movimento e identidade cooperativista é uma questão cada vez mais abordada mundialmente. Qual a importância disso para o futuro das cooperativas?

Honrar a doutrina na prática (como primeiro passo), na condição de atores internos, e disseminar o conceito do cooperativismo para ampliar a consciência dos cidadãos e empreendedores sobre os benefícios do empreendedorismo cooperativo é de extrema importância para o fortalecimento e expansão das cooperativas financeiras como um todo. Em futuro não tão distante, o crescimento será exponencial. Afinal, o movimento mostra-se cada vez mais resiliente e presente, pois além de oferecer soluções financeiras com condições e atendimento diferenciados, como negócios locais as cooperativas são agentes comprometidos com os indivíduos e suas comunidades. Enfim, trata-se de um modelo de negócio com um “porquê”, um propósito real, pois contribui para a competitividade do sistema financeiro e a prosperidade dos territórios assistidos.

Fonte: Redação MundoCoop e mundocoop.com.br

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