Cooperativas são conscientes por DNA, por Solon Stapassola Stahl

No dia 02 de julho se comemora o Dia Internacional das cooperativas.

O mundo já reconhece o impacto econômico e social positivo que este modelo de negócios gera nas comunidades que atua. Tanto que a ONU definiu o ano de 2012 como o ano internacional das cooperativas e expressou seu reconhecimento às mesmas com o lema: “Cooperativas constroem um mundo melhor”. Que aliás, também será o lema do CoopsDay 2022.

Um pouco antes, em 2010, o professor Raj Sisodia e outras importantes lideranças empresariais, lançam o movimento Capitalismo Consciente, que está presente no Brasil desde 2013 e que recentemente chegou ao nosso estado com a criação da Filial RS do Instituto Capitalismo Consciente Brasil. Movimento este que prega a adoção de práticas conscientes que alinhem lucro e propósito para trazer prosperidade a todos.

Mas, que relação há entre o Dia Internacional das Cooperativas e o Capitalismo Consciente?

Toda relação, pois as cooperativas são negócios conscientes por DNA. Os princípios e valores do cooperativismo asfazem negócios conscientes por natureza, exigência e excelência, astornando ótimas expressões do Capitalismo Consciente. Afinal, buscam resultado econômico respeitando interesses de todas as partes, em especial nossos associados e as comunidades onde atuam, e ainda geram impacto positivo em seu ecossistema.

O Capitalismo Consciente é baseado em 4 pilares. Vamos avaliar cada pilar sob a luz do cooperativismo.

O primeiro pilar é Propósito Maior. Cooperativas só nascem por um propósito, geralmente de atender necessidades comuns de seus associados, obtendo alguma vantagem econômica ao eliminar o intermediário. Além disto, possuem uma ligação umbilical com as comunidades onde atuam pois são organizações locais, o que lhes faz terem interesse genuíno na melhoria de vida das pessoas e na prosperidade de suas comunidades.

O segundo pilar é a Liderança Consciente. Cooperativas são sociedades de pessoas, criadas e administradas por seus sócios, através de uma gestão democrática, inclusive com cargos estatutários como do Conselho de Administração, eleitos em assembleia geral de associados. A governança das cooperativas favorece que as suas lideranças sejam conscientes, pois nascem do meio da cooperativa, e por consequência, são fortemente orientadas pelo Propósito da
organização.

O terceiro pilar é a cultura consciente, que representa o conjunto de princípios, valores e políticas de uma organização orientadas para práticas conscientes.

Já o quarto e último pilar, Orientação pra Stakeholders, que estimula a preocupação com o impacto que a organização gera em todas as partes interessadas do negócio, também pode ser facilmente percebida nas cooperativas. Afinal de contas, somos instituições locais, com interesse genuíno em gerar prosperidade e com forte visão sistêmica e de ecossistema, tendo clareza de que o sucesso de uma cooperativa está diretamente atrelado ao sucesso das comunidades onde atuam.

Por fim, ao examinarmos os 7 princípios do cooperativismo, podemos ver que todos se conectam com os fundamentos do Capitalismo Consciente direta ou indiretamente. Mas o 7º princípio “Interesse pela Comunidade” é com certeza o que representa em síntese o quanto o cooperativismo está alinhado com o movimento representando genuinamente um negócio consciente.

Desta forma podemos afirmar com convicção que cooperativas são uma ótima expressão do Capitalismo Consciente, mas não por uma decisão estratégica, ou por uma campanha de marketing, mas sim por DNA. E tudo que nasce dentro tem mais força do que aquilo que vem de fora.

Solon Stapassola Stahl
Junho de 2022

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