Programa A União Faz a Vida reúne 580 acreditadores em Cuiabá no 7º Encontro Estadual

Programa de responsabilidade social do Sicredi é desenvolvido em 237 escolas públicas e privadas de Mato Grosso e atende mais de 67 mil crianças e adolescentes.

Evidenciar os princípios da cooperação e da cidadania e destacar os valores da solidariedade, respeito à diversidade, justiça, empreendedorismo e diálogo foram os objetivos do 7º Encontro Estadual do Programa A União Faz a Vida, realizado pela Central Sicredi Centro Norte nos dias 13 e 14 de junho em Cuiabá. Um público de aproximadamente 580 pessoas, entre educadores, apoiadores e diretores das cooperativas, da Central, da Fundação Sicredi e do Banco Cooperativo Sicredi participaram do evento, que representa uma grande confraternização, momento de conhecimento e aprendizado para aqueles que formam essa rede de compromisso com a educação.

Este ano, o evento teve um formato diferenciado, executado como um telejornal, que contou inclusive com entrevistas ao vivo realizadas por uma repórter com participantes. A programação teve uma série de palestras com figuras renomadas no país, que falaram sobre os valores desenvolvidos pelo PUFV. No dia 13, um coquetel de abertura recebeu representantes da rede de compromisso do programa como diretores das cooperativas do Sicredi, da Central, da Fundação Sicredi e do Banco Cooperativo Sicredi, empresários apoiadores, gestores escolares, entre convidados.

No dia seguinte, a primeira palestrante a subir ao palco foi Alexandra Loras com o tema “De que cor são as princesas e heroínas das histórias infantis? Branquitude e transtornos emocionais para empatia e compaixão”. Com um grande trabalho no combate ao racismo e respeito à diversidade, sua abordagem provocou o público a refletir sobre as diferenças na cor da pele. Estimulou as pessoas a imaginarem o inverso da realidade, a exemplo de figuras importantes no mundo como o Papa e até Jesus Cristo apresentados como negros. Estimulou o público a pensar que ao longo da história os brancos poderiam ser a “minoria” e os escravos. “Temos que olhar a igualdade de outra forma, entendendo, ressaltando e respeitando as diferenças, a diversidade. Nunca se iguala um homem branco a um negro, todos têm seus valores. A sociedade é racista e isso precisa mudar, começando pelas escolas, com as crianças”.

Já Lindacir Rocha Bernardon, fundadora Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), e do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) palestrou sobre “O que os olhos veem o coração sente”, em que discutiu sobre os direitos fundamentais das crianças e adolescentes, como o direito à vida, à educação, à convivência familiar, à profissionalização, com números e conceitos sobre de quem é a responsabilidade, ressaltando a importância do diálogo familiar. “O mais chocante é a estrutura das escolas. Infelizmente ainda temos escolas que não possuem banheiro, acesso para crianças com deficiência, a evasão escolar é alta e outros indicadores que precisamos olhar e tomar previdências, pois o que os olhos veem, o coração sente, e isso precisa ser mostrado para a sociedade”.

Já o painel Empreendedorismo na Escola teve como palestrantes Bruno Bittencourt, empreendedor que desenvolveu a Escola Convexo, que funciona no modelo de escola colaborativa e tem o objetivo de desenvolver jovens lideranças na escola pública, que ministrou a palestra “O que acontece quando potencializamos empreendedores na escola?”; e Ênio Duarte, gerente nacional de Inovação e Tecnologia do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e professor de Gestão Empreendedora do Centro Universitário do Distrito Federal (UNIDF), coma palestra Empreendedorismo na Escola.

Na opinião de Bruno é importante desenvolver e estimular o empreendedorismo nos estudantes, não apenas no sentido dos negócios, mas também como “resolvedores” de problemas, que vão em busca de soluções. “E quando fazemos isso na escola conseguimos um impacto importante na sociedade, pois envolvemos não apenas os alunos e professores, mas também a família e toda a comunidade. Transformamos problemas em oportunidades”. Ênio Duarte comentou sobre a importância de preparar os professores nessa temática, pois atualmente o empreendedorismo extrapola a área dos negócios e se transformou em um estilo de vida. “E como os professores vão formar os profissionais do futuro é fundamental que eles tenham conhecimento sobre o assunto, para poder identificar os alunos que têm potenciais e saber de que forma podem contribuir para desenvolvê-los”.

Outra palestra realizada durante o 7º Encontro Estadual do Programa A União Faz a Vida foi A importância do diálogo para uma educação transformadora, com Antônio Sagrado Lovato, co-fundador do Movimento Entusiasmo e da Virada Educação. É coordenador de Educação do Programa de Escolas Transformadoras no Brasil da Ashoka Empreendedores Sociais (organização internacional sem fins lucrativos com foco em empreendedorismo social). Na opinião dele, a sociedade enfrenta grandes desafios e a educação precisa ser repensada e atualizada diante da evolução do mundo, e o principal caminho para isso é o diálogo, para construir um outro lugar e novas pessoas a partir da realidade de cada um.

O professor das Fundações Dom Cabral e Getúlio Vargas (FGV), Zeca de Melo, também palestrou. Com vasto conhecimento em liderança, educação humanística e engajamento corporativo, apresentou o tema O Princípio da Solidariedade. Provocou o público a refletir sobre a importância de se viver em solidariedade, através de relacionamentos para o desenvolvimento dos indivíduos. Ressaltou a necessidade de preparar as pessoas para viver em conjunto e em cooperação, revertendo os conceitos preconizados pela sociedade atual, que fomenta a perseguição do sucesso de forma individual e como se essa conquista dependesse exclusivamente do indivíduo.

Para encerrar o evento, o rapper, compositor, escritor e empresário brasileiro Gabriel, O Pensador trouxe uma palestra musical que conta sua história e ao longo da apresentação incluía temas importantes como educação, racismo e transformação. De um jeito descontraído e reflexivo passou mensagens e apresentou histórias para exemplificar a discussão, o que animou e instigou os acreditadores.

Sobre o Programa A União Faz a Vida

Principal iniciativa de responsabilidade social do Sicredi, o Programa A União Faz a Vida (PUFV) tem o objetivo de construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania, por meio de práticas de educação cooperativa promovendo a educação integral de crianças e adolescentes, em âmbito nacional. Em 2018, o programa completa 23 anos.

Em Mato Grosso, o PUFV é desenvolvido por oito cooperativas em 27 municípios. Mais de 67 mil crianças e adolescentes são atendidos, orientados por mais de quatro mil educadores de 237 escolas públicas e privadas, que juntas, contabilizam a realização de mais de dois mil projetos. São mais de 50 apoiadores. No país, está presente em 274 cidades, atendendo 220 mil crianças. Ao todo, 18,7 mil educadores estão envolvidos em 1.428 escolas. Mais de 6,6 mil projetos foram realizados usando a metodologia do programa.

 

Sobre o Sicredi

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão valoriza a participação dos 3,7 milhões de associados, os quais exercem um papel de dono do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com 1.500 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros. Mais informações estão disponíveis emwww.sicredi.com.br.

*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

O Sicredi Centro Norte, composto pelos estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará e Acre, tem cerca de 376 mil associados, com 166 agências em 134 municípios.

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