O cooperativismo de crédito e a sua importância para a sociedade, por Moacir Krambeck

O cooperativismo de crédito surgiu por volta de 1856, quando as comunidades rurais da Alemanha decidiram unir forças para ter um modelo próprio de gestão financeira. No Brasil, a chegada se deu em 1902, em Nova Petrópolis (RS). Na época, as cooperativas – especialmente as de crédito – não tinham leis e nem regulamentação. Foi somente em 1964, com o advento do Banco Central, que o cooperativismo de crédito foi formalizado no país. E nunca mais parou de crescer.

Todos os anos, no primeiro sábado de Julho, comemoramos o Dia Internacional do Cooperativismo (DIC). Uma data reconhecida pelas Nações Unidas e criada para fortalecer o propósito que nos move: cooperar para transformar a vida das pessoas e das comunidades. Com o tema “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, o DIC 2022 nos convida a refletir e celebrar o nosso papel, tanto econômico como social, na busca por um mundo melhor para todos.

É fato que o cooperativismo de crédito oferece taxas menores em relação ao que é praticado no mercado. Mas não é somente isso. Também fazemos com que a riqueza circule, movimentando a economia local, gerando emprego e aumentando a capacidade de compra dos cidadãos. Aí que mora a diferença: o dinheiro não sai da comunidade. É injetado de volta no negócio local, auxiliando no desenvolvimento daquela região. Direta ou indiretamente, toda a população é beneficiada. Assim, nosso papel social se torna forte.

Nos últimos dois anos, por conta da pandemia, vimos muitos empresários enfrentarem dificuldades financeiras – especialmente os donos de negócios pequenos, locais, de bairro. O acesso ao crédito via cooperativas ajudou muitos a manterem seus negócios e empregos por eles gerados. Nas cooperativas do Sistema Ailos, que contam com mais de 1,3 milhão de cooperados, por exemplo, foram disponibilizados serviços como prorrogação de dívidas, redução da taxa de antecipação de recebíveis, crédito facilitado, redução de taxa nos cartões, entre outros.

A oferta de serviços mais alinhados aos interesses do cooperado e o conhecimento cada vez maior sobre essas instituições tem feito o cooperativismo de crédito crescer a cada ano. Hoje, somos cerca de 17 milhões de cooperados em um país de aproximadamente 230 milhões de habitantes. Estamos conquistando cada vez mais espaço, mas queremos ir além. Há um longo caminho até que o Brasil se torne um país tão cooperativista quanto aqueles que já o são – como Noruega, Dinamarca e Finlândia.

É preocupação das cooperativas fazer com que seus cooperados entendam o movimento do qual fazem parte. Para isso, programas de educação financeira e outras pautas são muito difundidos dentro do cooperativismo de crédito: para que os cooperados se empoderem deste conhecimento e saibam tomar decisões mais conscientes, tanto do ponto de vista financeiro como de vida. Pois os cooperados têm uma cooperativa que trabalha para servi-los da melhor forma.

Os nossos resultados mostram que o sistema de cooperativas de crédito é realmente eficaz e beneficia quem faz parte dele. A demanda só reforça a convicção de que o futuro necessita ser cooperativista. Mais solidário e com igualdade. Para todos, e para o bem de todos.

Moacir Krambeck, presidente do Sistema Ailos

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