Portal do Cooperativismo Financeiro

Tag: Educação Financeira

  • Dinheiro na Crise, por Chael Mazza e Elvira Cruvinel

    Dinheiro na Crise, por Chael Mazza e Elvira Cruvinel

    O ano de 2020 tem início com uma crise de proporções mundiais, ocasionada pela pandemia do Covid-19, ainda sem horizonte para seu fim. O consequente declínio econômico-financeiro, assim como o vírus, se apresenta com grandes impactos, ainda não totalmente dimensionados. Eventos dessa magnitude vêm e vão, até com certa regularidade; mas, a verdade é que ninguém consegue prever antes que aconteça. Estar preparado é a chave para o sucesso.

    Independentemente da causa, ensinamentos de recessões passadas podem ser úteis nesse momento. Os ciclos econômicos sempre trazem períodos de grandes e rápidas perdas, seguidas de lentas recuperações, e a história nos mostra que, eventualmente, tudo volta ao normal. Destaque deve ser dado, então, para a importância de as pessoas se debruçarem mais atentamente sobre os benefícios em relação à existência de uma vida financeira saudável.

    É exatamente nos momentos de crise que a educação financeira tem mais valor.

    Crises financeiras, de proporções mundiais, possuem comportamentos bem similares. No geral, ocorrem, em média, uma vez a cada dez anos. Além disso, sempre há um período de pânico e caos com quedas astronômicas nos preços, normalmente em torno de 30% a 50%, seguidas de uma recuperação relativamente rápida. Em média, são necessários oito a doze meses para que as bolsas de valores voltem para um patamar próximo ao do momento pré-crise. O retorno do nível de emprego vai demorar mais ou menos tempo, a depender de certas características de cada país. O final dessa novela é um período de um a dois anos de recessão econômica que, normalmente, segue como consequência.

    Sendo assim, o que fazer diante desse cenário, como sobreviver ou como aproveitar oportunidades? E, ainda do ponto de vista individual, como deveríamos nos preparar para próximas crises que certamente ainda vivenciaremos? Classificando, de modo caricato, as pessoas em dois grupos – os que “pagam juros” e os que “recebem juros” –, podemos descrever duas experiências opostas, mas, ao final, a oportunidade de aprendizagem é grande para todos. Talvez, para a parcela da população que “paga juros”, essa seja uma das grandes oportunidades da crise: aprender, mesmo que na dor, sobre a importância de viver com equilíbrio financeiro. Para a outra parcela, que “recebe juros”, ainda muito menor do que a primeira, o grande ganho será aprender, na crise que vira oportunidade, como incrementar suas finanças.

    O que estamos dizendo é que a mesma crise tem impactos diametralmente opostos para esses dois grupos de pessoas. Dois lados de uma mesma moeda, literalmente falando. Conhecer esses dois lados pode nos trazer boas reflexões e propostas de ação.

    O que caracteriza o lado da moeda dos que pagam juros? Normalmente endividados, se já não estavam em boa situação financeira, passam para uma situação de realmente ter que se reinventar, de modo a não aprofundar “sua crise pessoal” ou mesmo para sobreviver nesse período. Algumas características básicas das pessoas desse lado da moeda:

    • Gastam mais do que ganham.
    • Trabalham para ganhar dinheiro.
    • Possuem medo ou receio de olhar suas finanças.
    • Não destinam nada para investimentos.
    • Compram parcelado.
    • Possuem vários cartões de crédito.
    • Estão sempre pagando juros de cartão de crédito, carro e imóvel.
    • Não possuem metas financeiras definidas.
    • Não possuem reserva financeira para emergências.
    • Não possuem um plano B caso percam o emprego.
    • Não estudam educação financeira.

    Em contrapartida, o que podemos aprender com aqueles do lado da moeda dos que recebem juros? Comumente, estão preparados para as adversidades e, mais ainda, para tirar proveito dos movimentos financeiros decorrentes da crise. Possuem um bom nível de educação financeira e um bom relacionamento com seu dinheiro. Podemos dizer que:

    • Gastam menos do que ganham.
    • Fazem o dinheiro trabalhar para eles.
    • Possuem controle de suas receitas e despesas.
    • Investem regularmente uma parte fixa de seus salários
    • Compram à vista.
    • Possuem, quando muito, um cartão de crédito.
    • Estão sempre recebendo juros de diferentes fontes de renda.
    • Sabem exatamente quanto querem ter e quanto tempo vai levar.
    • Possuem reserva financeira para emergências.
    • Possuem plano B, C e D caso percam o emprego.
    • Estudam muito educação financeira e investimentos.

    A verdade é que a educação financeira é à prova de qualquer crise.

    Em qualquer momento, podem existir boas oportunidades. No fim, é tudo uma questão de prioridades. Estudar educação financeira e aprender como investir com tranquilidade é algo para a vida toda. A chave aqui é aprender os bons hábitos daqueles que estão ganhando juros, para aprender não apenas a surfar com segurança nas ondas das crises, mas também para navegar nos mares de calmaria que vêm na sequência.

    De que lado da moeda você está? Quer mudar de lado?

    Aguarde nosso próximo artigo sobre o assunto.

    ==========

    Chael é doutor em Administração pela UNB e criador do @curtafinancas no instagram. Elvira é doutora em Finanças Sustentáveis pela FGV e possui ampla experiência com educação financeira. O conteúdo do artigo é de inteira responsabilidade dos autores, não representando posicionamento da instituição em que trabalham.

  • Educação financeira gratuita em casa: a novidade para crianças e jovens

    Educação financeira gratuita em casa: a novidade para crianças e jovens

    Cooperar e poupar se aprende desde muito cedo. Por acreditar no poder transformador e na importância da educação financeira desde a mais tenra idade, a Confebras passou a disponibilizar gratuitamente, a partir desta semana, os materiais que compõem o Projeto CooperaEduca. Pioneira e inovadora, a iniciativa busca disseminar e fomentar a cultura financeira e cooperativista para crianças de 06 a 12 anos. Mesmo com uma linguagem infanto-juvenil, as lições ensinadas valem para todas as idades.

    O Projeto foi desenvolvido em 2012, a partir de uma metodologia de fácil absorção da mensagem, para atender escolas, cooperativas e toda a comunidade. São filmes, material de apoio e conteúdo didático, como livretos elaborados a partir de uma linguagem lúdica, além de filmes em “3D”, que contam a atuação dos personagens do Clubinho do Coopera: Zequinha, Aninha, Kim, Ritinha, Lorena, Leozinho e a Fortumiga, mascote que simboliza a cooperação e ajuda mútua. Desenvolvido junto às comunidades pelas cooperativas, em parceria com a Confebras, o Projeto ganhou novo impulso diante deste momento de isolamento social e seus conteúdos foram abertos para todo o público.

    Dividido em duas fases – a primeira para crianças de 06 a 08 anos, e a segunda para o público de 09 a 12 anos, o material é composto ainda de relatórios de observação/avaliação para auxiliar no processo avaliativo da criança e pode ser consultado por meio do link do CooperaEduca em Casa.

    Para o presidente da Confebras, Kedson Macedo, o CooperaEduca em Casa é uma oportunidade de aprendizado que perdura por toda a vida. “Fazer a criança e o pré-adolescente se interessarem de maneira consciente pelas finanças, e fazer com que eles saibam cuidar dos seus valores monetários, da sua poupança, é uma instrução de grande valia e que refletirá nas decisões financeiras que eles venham a tomar ao longo de sua vida”, destaca.

    O Projeto Cooperaeduca já atingiu mais de 80 mil estudantes em todo o País e recentemente foi destaque no Programa Tribuna Rural, exibido aos domingos pela Band Brasília e pela TV Climatempo Bio. Confira a reportagem aqui.

    Clique aqui para Acessar Material 

  • O cooperativismo e a coletividade fazem a diferença em meio a crise, por Rodrigo Ulian Borges

    O cooperativismo e a coletividade fazem a diferença em meio a crise, por Rodrigo Ulian Borges

    O valor cooperativista está na união das pessoas, no relacionamento e na colaboração: elementos essenciais para solucionar desafios como o que vivemos. Depois dessa crise vamos conseguir entender melhor o quão forte o ser humano é quando está junto e com o mesmo propósito.

    Os valores do cooperativismo e do auxílio ao próximo estão cada vez mais perceptíveis ao nosso redor. Em tempos delicados, de insegurança e preocupações sem precedentes como os que vivemos, vemos incontáveis exemplos de que a cooperação tem feito a diferença e aproximado muito as pessoas, mesmo durante o isolamento social.

    A cooperação, em seu sentido mais original, simboliza a operação em conjunto que nasce da busca comum por um objetivo maior. Esta é essência do sistema Unicred RS: a coletividade que pauta nossas ações sempre colaborou para que soluções fossem construídas em meio a quaisquer adversidades. Estimular a união das pessoas em momentos como o que vivemos é o que fazemos, e este movimento cooperativista muitas vezes surge, justamente, de dificuldades e da necessidade da solução de problemas.

    Quando falamos da essência do cooperativismo, temos mais do que um modelo de negócio, mas uma consciência maior pautada pelo bem comum, construído em conjunto. Isso é algo abstrato para muitos, já que há a ideia de que uma cooperativa financeira atua como qualquer outra instituição neste segmento – o que não é verdade. O relacionamento próximo com os cooperados da Unicred RS, considerando suas individualidades, oferecendo-lhes condições mais acessíveis e vantajosas, negociações e adaptações de prazos e taxas, enfim, isso tudo e mais sempre fez parte de nossa atuação cotidianamente. Não precisamos que surja uma crise para estimular essas práticas.

    Os princípios do cooperativismo que nos direcionam são pautados na espontaneidade, na gestão democrática, na participação econômica, na autonomia e independência, na educação, formação e informação, na intercooperação e, finalmente, no interesse pela comunidade. Assim, temos uma base sólida para atuar assertivamente inclusive em meio a crises. É uma união que permanece e se fortalece mesmo quando há a separação física. Estar junto, neste momento, não é algo físico, mas, sim, um propósito, um ideal, que pode fazer a diferença e, literalmente, salvar vidas.

    Historicamente, percebemos um movimento de que, em vários períodos de crise, as instituições financeiras tradicionais lutam para crescer, enquanto os sistemas cooperativos se expandem. Isso porque há melhores oportunidades neste modelo de prosperidade. Esta prosperidade não pode ser de uma pessoa, mas sim de todos, e agora podemos perceber que é genuíno do ser humano superar diferenças e até mesmo a competitividade em busca de um bem maior e coletivo.

    A educação financeira, que incentivamos e estimulamos diariamente, também pode fazer a diferença – algo que buscamos promover como uma assessoria às boas ações e práticas, respeitando a particularidade e realidade de cada cooperado. É importante ensinar nossas crianças a fazer uma reserva sempre, pois em momentos como este podemos ter maior segurança e equilíbrio, não apenas preocupações. Esta crise e a iminência do que está por vir também nos conscientiza da importância da economia e de reservas financeiras para que, caso no futuro precisemos, estejamos mais preparados.

    Mais do que tudo, neste momento estamos alinhados com nossos cooperados, parceiros e colaboradores para este bem maior. Por isso, mobilizamos nossa cooperativa para uma campanha de arrecadação de recursos para auxiliar hospitais e já obtivemos os primeiros resultados em diferentes regiões do Estado. As cooperativas estão focadas no atendimento e atuais necessidades do cooperado, colaboram em diversas frentes, mas estão também dedicadas nesta ação ao próximo.

    Há uma máxima de Ênio Meinen e Márcio Port, da obra “Cooperativismo Financeiro: Percurso Histórico, Perspectivas e Desafios”, que é muito pontual: “O empreendimento cooperativo tem todo o direito de avocar para si a qualificação de ser a mais autêntica iniciativa socioeconômica de caráter comunitário. Faz parte do seu DNA. Cooperativa e coletividade local vinculam-se magneticamente, exercendo atração recíproca”. É desta atração que nascem as boas práticas e ações coletivas.

    Depois dessa crise vamos conseguir entender melhor o quão forte o ser humano é quando está junto e com o mesmo propósito. Assim, poderemos dedicar esta atuação coletiva para solucionar outros problemas no mundo. Enquanto passamos por adversidades, temos novos desafios e conflitos, mas também outras reflexões e resultados. Então, vamos atender a esse chamado por evoluirmos em vários aspectos. Este é o momento de sentir o cooperativismo e de desenvolver sua prática diariamente.

    Rodrigo Ulian Borges é Diretor Geral da Unicred Central RS

    Fonte: mundocoop.com.br

  • Cooperativismo de Crédito traz benefícios à população com taxas vantajosas e educação financeira

    Cooperativismo de Crédito traz benefícios à população com taxas vantajosas e educação financeira

    O ano de 2020 começou com aproximadamente 62 milhões de brasileiros inadimplentes, conforme divulgou a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Além de atrasarem as contas, muitos cidadãos frequentemente recorrem ao parcelamento do cartão de crédito e ao uso do cheque especial, cujos juros são abusivos nos bancos tradicionais. Estima-se também que a cada 10 brasileiros, quatro emprestam o nome para que outras pessoas possam realizar compras, de acordo com a Serasa Experian. Embora o contexto não seja animador, há, sim, uma “luz no fim do túnel”. Ou seja, alternativas no mercado que podem auxiliar no pagamento das dívidas em condições mais acessíveis e juros mais baixos, em paralelo a um trabalho dedicado e importante de educação financeira. E neste contexto ganha força o Cooperativismo de Crédito.

    A diferença da taxa média praticada pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), por exemplo, em comparação com os bancos tradicionais em 2019 era bastante significativa: 8,12% em 2019 no cartão de crédito rotativo contra 12,34%, em média, no Sistema Financeiro Nacional. Já no cheque especial (de pessoa física), podia chegar a 12,57% nos bancos contra 6,48% nas cooperativas do Sistema.

    Além das vantagens práticas, há um compromisso social importante, como pontua o superintendente do Instituto Sicoob, Luiz Edson Feltrim. “O Cooperativismo de Crédito está comprometido com a sociedade e com as pessoas. O trabalho desenvolvido vai ao encontro de soluções mais conscientes, justas e inclusivas, gerando um importante impacto positivo na comunidade onde as cooperativas estão inseridas”, explica. Para Feltrim, “não há espaço de comparação entre cooperativa e banco. O negócio é diferente e é preciso desmistificar essa ideia. Dentre os princípios do Cooperativismo de Crédito estão a formação e informação, além da preocupação com a educação financeira, o que demonstra o interesse pela comunidade”, define. Segundo o superintendente, “crédito gera renda e emprego e a importância das cooperativas está justamente neste ponto: acesso ao crédito com melhores condições e todo um desenvolvimento local a partir disso, gerando um ciclo virtuoso e produtivo”.

    Tamanha a importância do assunto que o Banco Central considera o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) um ator estratégico para a inclusão e aumento da competitividade no Sistema Financeiro Nacional. Assim, passou a incentivar e utilizar o cooperativismo como propulsor de mudanças e parceiro importante para a Agenda BC#. Prova desta importância foi o envio recente ao Congresso Nacional de projeto de revisão da Lei Complementar n° 130, para modernização das cooperativas no Brasil, de autoria do deputado federal Arnaldo Jardim (SP), que representa as cooperativas de crédito na Diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo.

    Para o presidente da Confebras, Kedson Macedo, o Cooperativismo de Crédito tem, sem dúvida, uma importante função diante do cenário de endividamento dos brasileiros. “As opções das cooperativas compensam em todas as modalidades, com a prática de percentuais médios abaixo dos bancos tradicionais”, explica. “O caminho é longo, mas bastante promissor e a boa notícia é que o Cooperativismo de Crédito deixou há muito de ser promessa e se trata, hoje, de uma realidade cada vez mais acessível e necessária para a transformação financeira e social dos cidadãos”, conclui.

    Fontes de pesquisa:
    • https://www.serasaexperian.com.br/consultaserasa/blog/conheca-as-7-principais-causas-de-inadimplencia-no-brasil-hoje
    • https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/noticia/7157
    • https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2020/03/05/internas_economia,832363/cooperativas-de-credito-sao-alternativas-a-bancos-diz-antonio-eustaqu.shtml

    Fonte: confebras.coop.br

  • Cooperativas de crédito crescem com taxas baixas e agências. Vale sair do banco?

    Cooperativas de crédito crescem com taxas baixas e agências. Vale sair do banco?

    Cooperativas oferecem os mesmos produtos e serviços que os bancos, a taxas menores e com educação financeira, mas é preciso participar das assembleias.

    Enquanto as fintechs, startups de serviços financeiros, ganham força — e bota força nisso — um modelo antigo de instituição financeira, do início do século XX, vem conquistando espaço: as cooperativas de crédito. Essas entidades crescem oferecendo os mesmos produtos e serviços que os bancos, a taxas menores e com educação financeira.

    As 925 cooperativas de crédito do país somavam R$ 137 bilhões em ativos totais em 2018, 18% mais que em 2017. Para se ter uma ideia, o sistema financeiro como um todo cresceu 7% no mesmo período.

    A quantidade de cooperados atingiu 9,9 milhões em 2018, alta de 9% em relação a 2017. O número de empresas associadas cresceu 18%, enquanto o de pessoas físicas, 8%. O aumento do número de cooperados pessoas físicas foi maior que o crescimento estimado para a população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Os dados refletem a busca das entidades do setor por profissionalização, ganhos de escala e diversificação de produtos e serviços.

    “O nome técnico ainda é cooperativa de crédito, mas hoje falamos em cooperativa financeira. Temos todos os produtos e serviços de um banco”, diz Francisco Reposse Junior, diretor de desenvolvimento e supervisão do Sicoob Confederação.

    O Sicoob e o Sicredi são hoje os maiores sistemas de cooperativas do Brasil.

    Cooperativas X Bancos

    Apesar das cooperativas oferecerem os mesmos produtos e serviços que os bancos, essas instituições possuem algumas diferenças. Enquanto os bancos precisam dar lucro aos acionistas, as cooperativas distribuem resultado para os próprios cooperados. Ao abrir uma conta em uma cooperativa, você se torna um sócio dela.

    “Somos um grande crowdfunding. Antigos de constituição, mas modernos de conceito”, diz Jaime Basso, presidente do Sicredi Vale do Piquiri, que atua em São Paulo, no ABC paulista e em parte do Paraná.

    Na maioria das cooperativas do Brasil, qualquer um pode ser cooperado, independentemente da sua renda ou profissão. Para entrar, é preciso pagar um valor inicial, chamado de capital social, geralmente abaixo de R$ 50.

    Se a cooperativa tiver resultado positivo, o dinheiro é distribuído aos cooperados uma vez por ano, proporcional ao valor das operações de cada um. Mas se tiver resultado negativo, o cooperado pode ter que arcar com eventuais perdas se o fundo de reserva for insuficiente para cobri-las.

    Os associados podem votar em assembleias para tomar decisões sobre os rumos da cooperativa. A maioria delas investe na própria comunidade em que atua.

    “Como sócio da cooperativa, você precisa participar e saber como a entidade está indo financeiramente para não ser pego de surpresa”, diz Myrian Lund, planejadora financeira certificada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar) e especialista em cooperativas de crédito.

    Taxas mais baixas

    Uma das principais vantagens de ser um cooperado são as tarifas dos serviços financeiros menores e taxas de juros mais baixas. Em geral, nas linhas de crédito em que o risco é maior, como empréstimo pessoal e cartão de crédito, os juros são proporcionalmente menores do que quando comparados com os bancos.

    Quando existe uma garantia associada, como acontece no empréstimo consignado ou no financiamento de veículos, por exemplo, as taxas de juros das cooperativas são similares às dos bancos.

    A seguir, compare as taxas de juros médias por modalidade de crédito cobradas pelas maiores cooperativas de crédito em relação às taxas praticadas pelos bancos.

    Mais agências e inclusão financeira

    Diferente dos bancos, que reduziram a quantidade de agências, ou das fintechs, que já nasceram digitais, as cooperativas aumentaram sua presença por meio de unidades físicas próprias em 7% em 2018 em relação ao ano anterior. Relacionamento é palavra-chave no discurso dessas entidades.

    Ele conta que as agências do Sicredi querem ser um ponto de referência para as pessoas buscarem educação financeira. Para isso, a cooperativa tem um programa de capacitação para que os gerentes aprendam a prestar consultoria financeira, em vez de apenas comercializar produtos e serviços.

    O planejamento financeiro faz parte do DNA das cooperativas de crédito, segundo Myrian, da Planjear.

    “Quem está interessado em planejar as finanças terá um atendimento melhor nas cooperativas de crédito do que nos bancos. Elas olham para você como um dono, não como um cliente”, explica a planejadora.

    Além da educação financeira, as cooperativas também querem contribuir para a inclusão financeira dos 45 milhões de brasileiros fora do sistema bancário. Em 2018, 182 municípios brasileiros contavam apenas com o atendimento de cooperativas, todos com população abaixo de quinze mil habitantes.

    O percentual de municípios atendidos pelas agências das cooperativas em 2018 alcançou quase 92% na região Sul e 58% na Sudeste. Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste ainda apresentavam baixo nível de presença, de 24% e 11%, respectivamente, o que mostra que ainda há espaço para avançar.

    Retomada da oferta de crédito

    Segundo o Banco Central, a atuação das cooperativas de crédito contribuiu significativamente para a retomada da oferta de crédito no atual movimento de recuperação da economia.

    “Os desafios para o segmento são grandes para os próximos períodos, considerando principalmente a retomada do crédito no setor bancário e o crescimento de outros segmentos, como as instituições de pagamento”, diz o BC no mais recente relatório sobre as cooperativas, publicado no final de 2018.

    No entanto, a autoridade monetária pondera que as perspectivas são favoráveis para o setor (as cooperativas), visto que sua participação ainda menor que 3% no total de ativos do sistema financeiro.

    De acordo com o BC, a eficiência operacional é uma das principais dificuldades a serem enfrentadas pelo segmento. Mas há boas oportunidades para melhora, seja por meio dos ganhos de escala, dos avanços tecnológicos ou dos esforços para conter a expansão das despesas.

    Fonte: Valor Investe e mundocoop.com.br

  • BC quer que banco dê desconto se cliente fizer curso de educação financeira

    BC quer que banco dê desconto se cliente fizer curso de educação financeira

    Os cursos serão oferecidos por meio de app, que deve ser lançado até junho.

    Uma iniciativa do Banco Central (BC) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pretende fomentar ações de educação financeira por meio de uma plataforma de cursos. O app foi pensado para os clientes bancários e a expectativa é de que já esteja disponível até o final do primeiro semestre.

    A plataforma contará com um programa de pontos, semelhante ao de milhas. “Na medida em que fazem os cursos, os clientes receberão pontuação que poderá ser trocada por descontos em produtos financeiros e tarifas.” – como noticiou o UOL.

    Sobre a nova plataforma, o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC (Banco Central), Mauricio Moura, afirmou que os pontos serão um certificado que os clientes receberão para ter acesso a condições diferenciadas.

    “Também está em estudo que os birôs de crédito tenham acesso aos pontos para que isso tenha impacto positivo na nota de crédito do cliente no cadastro positivo. A plataforma ainda está em fase de desenvolvimento e será divulgada no primeiro semestre desse ano pela Febraban e pelo BC”, disse o diretor – como apontou, ainda, a publicação.

    Fonte: Uol e mundocoop.com.br

  • Instituto Sicoob oferece oficina de Educação Financeira para escoteiros

    Instituto Sicoob oferece oficina de Educação Financeira para escoteiros

    Maior evento de escotismo do continente americano contou com oficina prática de planejamento financeiro para jovens

    Em janeiro, o Instituto Sicoob realizou uma ação de educação financeira no JamCam, evento mais importante da Região Escoteira Interamericana, que compreende todo o continente americano. Sediado em Foz do Iguaçu em 2020, o encontro contou com uma oficina prática de planejamento financeiro.

    Jovens entre 11 e 17 anos foram divididos em grupos para elaboração de planejamentos financeiros com o desafio de criarem maneiras para atingir seus objetivos, sejam eles a compra de um produto específico ou a contratação de um serviço específico.

    “O Instituto é o núcleo de estratégia social sistêmica que atua com foco na geração de valor compartilhado”, conta Luiz Edson Feltrim, Superintendente do Instituto Sicoob. “Atualmente, não é possível fazer negócio sem considerar uma relação orgânica e equilibrada com a sociedade. O propósito do Instituto é apoiar a todo Sistema nesta jornada”, completa o executivo.

    O Instituto Sicoob foi criado em 2004 e é sediado em Brasília. Em 2018, o Instituto somou 5.080 horas de trabalho voluntário e interagiu com 154 mil pessoas. O objetivo da iniciativa é difundir a cultura cooperativista e contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades. A instituição desempenha programas e projetos dentro de três eixos em todo Brasil: Cooperativismo e Empreendedorismo, Cidadania Financeira e Desenvolvimento Sustentável.

    O JamCam é um evento anual que reúne jovens escoteiros de todo o continente americano em um só lugar, desta forma, é possível o compartilhamento e intercâmbio das diferentes culturas. Em 2020, o evento durou uma semana. Ao longo deste período, foram oferecidas atividades de lazer e aprendizado, para o desenvolvimento de novas habilidades, dentre elas, a oficina do Instituto Sicoob de educação financeira.

    Sobre o Sicoob – O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, Sicoob, possui 4,6 milhões de cooperados em todo o país e está presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. É composto por mais de 420 cooperativas singulares, 16 cooperativas centrais e a Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob (Sicoob Confederação). Integram, ainda, o Sistema, o Banco Cooperativo do Brasil do Brasil (Bancoob) e suas subsidiárias (empresas/entidades de: meios eletrônicos de pagamento, consórcios, DTVM, seguradora e previdência) provedoras de produtos e serviços especializados para cooperativas financeiras. A rede Sicoob é a quinta maior entre as instituições financeiras que atuam no país, com mais de 3,1 mil pontos de atendimento. As cooperativas integrantes do Sistema oferecem aos cooperados serviços de conta corrente, crédito, investimento, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, adquirência de meios eletrônicos de pagamento, dentre outras soluções financeiras. Mais informações acesse: www.sicoob.com.br.

  • Unicred RS lança novos vídeos do projeto Mais Valor para Seu Dinheiro

    Unicred RS lança novos vídeos do projeto Mais Valor para Seu Dinheiro

    Com dicas da economista Patrícia Palermo, nova temporada da iniciativa está nas redes sociais da Unicred desde 26 de outubro.

    Ter as finanças em dia é um dos principais caminhos para ter uma vida mais próspera. A Unicred sabe disso e quer falar cada vez mais sobre o assunto através do seu projeto de Educação Financeira, que engloba várias ações para educar desde cedo toda a sociedade. Uma das iniciativas do projeto é a segunda temporada do Mais Valor para Seu Dinheiro, uma série de vídeos com a economista Patrícia Palermo que serão veiculados nas redes sociais da instituição financeira cooperativa.

    Patrícia irá compartilhar dicas sobre educação financeira, abordando a questão do dinheiro de uma maneira simples e descomplicada. O primeiro episódio, que fala sobre investimentos, vai ao ar no dia 26 de outubro. Patrícia acredita que os vídeos, além de ser uma oportunidade de aprendizado, são importantes para trazer o tema e a discussão sobre dinheiro mais à tona. “Dialogando com as pessoas é possível mostrar o quanto medidas simples podem fazer diferença em nossas vidas. Aprendendo a lidar com o dinheiro, ele ganha ainda mais valor”, afirma.

    A primeira temporada foi lançada em 2018. O Presidente do Conselho de Administração da Unicred RS, Dr. Paulo Abreu Barcellos, ressalta a importância de se falar cada vez mais sobre educação financeira. “A iniciativa da Unicred RS vem para auxiliar todos aqueles que enfrentam dúvidas na hora de gerir o seu dinheiro, o que é muito comum, pois muitas vezes este assunto ainda é considerado tabu”, completa.

    Os vídeos tem produção da Eyxo Estratégias de Inovação e estarão disponíveis em todas as redes sociais da Unicred RS. O primeiro vídeo pode ser conferido no link https://youtu.be/fbTGHzm-Rss

    Sobre Unicred RS
    A Unicred é uma instituição financeira cooperativa que atua no âmbito financeiro, concedendo empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras, seguros, previdência e cartões aos seus cooperados por meio de uma gestão participativa, democrática e transparente. O Sistema Unicred RS possui 12 cooperativas e 75 pontos de atendimento que representam 61 mil cooperados, R$ 3,8 bilhões de ativos e 2 bilhões na carteira de crédito. Para mais informações, acesse www.unicred.com.br/centralrs

  • Livros ensinam educação financeira para crianças

    Livros ensinam educação financeira para crianças

    Instituto Sicoob desenvolveu projeto educacional para auxiliar os pais a dialogarem com os filhos sobre compras e orçamento.

    Uma coleção que ensina crianças a administrar o dinheiro. Esse é o propósito da Coleção Financinhas, idealizada pelo Instituto do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Instituto Sicoob). A iniciativa faz parte do projeto de educação financeira voltado para crianças do Ensino Fundamental, de 6 a 12 anos. As publicações são gratuitas e podem ser solicitadas nas cooperativas do Sicoob.

    “O Dia das Crianças é uma excelente oportunidade para ensinar aos pequenos a relação saudável com o dinheiro e porque nem sempre os pais podem comprar o que os filhos desejam”, afirma o superintendente do Instituto Sicoob, Luiz Feltrim.

    Segundo Feltrim, o objetivo dos livros é fazer com que as crianças aprendam sobre educação financeira, e se tornem adultos mais conscientes e capazes de fazer melhores escolhas com relação ao uso do dinheiro. Além dos livros, o Instituto Sicoob também oferece um plano de ensino e orientações para os professores do Ensino Fundamental realizarem atividades com as crianças em sala de aula.

    Entre as lições que as crianças aprendem estão a importância de poupar por meio da comparação entre desejo e necessidade, como evitar o consumo compulsivo, meios de gerar de renda e sustentabilidade, a importância do orçamento e o conceito de que nem sempre o produto mais barato é a melhor opção. Os livrinhos acompanham atividades práticas, dedoches e recortes de notas de dinheiro.

    Conheça a Coleção Financinhas

    Caio Achou uma moedinha: o personagem principal tem o sonho de ter um gatinho de estimação A mãe do menino condiciona a adoção do animal a capacidade de Caio em poupar dinheiro para comprar a ração e os cuidados necessários com o bichano. O desenrolar da história conta como Caio fez para conseguir realizar seu sonho.

    e Davi foram ao mercadinho: Dois irmãos ensinam a importância do orçamento, explicam porque não se pode ter tudo e contam como se planejar para o dinheiro não faltar. A história se passa em um supermercado. Diante da lista de compras da mãe e do dinheiro que os filhos sabem que o pai tem no bolso, surge o desejo das crianças em comprar uma chaleira em formato de elefante. No desenrolar da narrativa os pequenos descobrem que o objeto era desnecessário e o que eles queriam, de verdade, era ir ao cinema juntos.

    Miguel, Aninha e Dedé ganharam um dinheirinho: Ao receberem um dinheiro da avó, três crianças gastam tudo com brinquedos. Em seguida, percebem que estavam precisando de coisas realmente importantes, como um estojo. Para resolver a questão eles precisam ganhar dinheiro. O que fazer? A história relata a diferença entre querer e precisar, como evitar a compra por impulso e formas de gerar renda.

    “Além de lúdicos e divertidos, os livrinhos ensinam e reforçam conceitos que contribuem para a cidadania financeira das crianças, criando uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro, e fortalecendo a autodisciplina dos pequenos consumidores”, declara Feltrim.

    Sobre o Sicoob – O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, Sicoob, possui 4,47 milhões de cooperados em todo o país e está presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. É composto por 450 cooperativas singulares, 16 cooperativas centrais e a Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob (Sicoob Confederação). Integram, ainda, o Sistema, o Banco Cooperativo do Brasil do Brasil (Bancoob) e suas subsidiárias (empresas/entidades de: meios eletrônicos de pagamento, consórcios, DTVM, seguradora e previdência) provedoras de produtos e serviços especializados para cooperativas financeiras. A rede Sicoob é a quinta maior entre as instituições financeiras que atuam no país, com mais de 2,9 mil pontos de atendimento. As cooperativas integrantes do Sistema oferecem aos cooperados serviços de conta corrente, crédito, investimento, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, adquirência de meios eletrônicos de pagamento, dentre outras soluções financeiras. Mais informações acesse: www.sicoob.com.br.

  • BC estabelece princípios básicos para a promoção da educação financeira pelas instituições financeiras

    BC estabelece princípios básicos para a promoção da educação financeira pelas instituições financeiras

    Com o objetivo de levar educação financeira à população brasileira de forma mais efetiva, o Banco Central divulgou, no dia 12/09, o Comunicado nº 34.201, que estabelece quatro princípios básicos para fomentar o engajamento das instituições financeiras (IFs) e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC na promoção do tema.

    Os princípios são:

    • valor para o cliente – levar a clientes ou usuários informações e ações úteis e relevantes para a sua vida financeira, inclusive sob a forma de concessão de incentivos;
    • amplo alcance – garantir acesso às ações ao universo de seus clientes e usuários;
    • adequação e personalização – disponibilizar conteúdo, linguagem, momento e canal mais adequados para as ações frente às características e às necessidades dos clientes e usuários e considerando o nível de complexidade e risco dos produtos e serviços financeiros;
    • avaliação e aprimoramento – mensurar a efetividade das ações em face a seus objetivos, melhorando a abordagem utilizada a cada interação com os clientes e usuários.

    “Acreditamos que as instituições financeiras são capazes de contribuir mais para o desenvolvimento de hábitos financeiros saudáveis por seus clientes e usuários, incluindo o adequado gerenciamento de seus recursos, o que está alinhado ao conceito de Cidadania Financeira”, explica o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Mauricio Moura. Ele acrescenta que é importante que as IFs assumam essa responsabilidade, dadas as suas capacidades de comunicação, capilaridade e conhecimento dos clientes e usuários de seus produtos e serviços e, principalmente, por estarem junto ao cliente e usuário no momento em que ele está mais propenso a absorver educação financeira.

    O BC trabalhará em conjunto com as instituições e as associações para que haja uma grande adesão a esses princípios, e que as ações comecem a ser executadas ainda neste ano. Com o documento, o resultado esperado é que sejam elaboradas ações e ferramentas efetivas e mensuráveis, de forma a permitir que o foco seja naquelas com melhores resultados.

    “O acompanhamento das ações permitirá avaliação do BC quanto a possíveis medidas adicionais”, ressaltou o chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira, Luis Mansur. Ele complementa que o comunicado tem papel direcionador para que o mercado atue em prol de um cliente com uma vida financeira mais sustentável e saudável. “Queremos estimular a criatividade, e que o mercado implemente suas soluções direcionando os esforços de educação financeira das instituições para formação de poupança, para o planejamento de orçamento e também para a compreensão e o uso consciente dos produtos e serviços financeiros”.

    Tema estratégico
    Dada a importância da Educação Financeira para a solidez e a eficiência do Sistema Financeiro Nacional (SFN), o tema tornou-se uma das quatro dimensões da agenda estratégica do BC, a Agenda BC#. A proposta apresentada pelo comunicado também está alinhada com outras iniciativas recentes do Banco Central que atingem o cidadão diretamente, como a Política de Relacionamento das instituições financeiras com seus clientes e usuários, e as Diretrizes para Políticas de Responsabilidade Socioambiental das instituições financeiras.


    Fonte: Portal Banco Central do Brasil com adaptação da MundoCoop